Donald Trump cometeu fraude ao inflacionar o valor dos seus ativos imobiliários e financeiros, decidiu esta terça-feira um juiz de Nova Iorque.
A decisão do juiz Arthur Engoron é um revés para o ex-presidente antes do julgamento do caso, que começará na segunda-feira.
A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, abriu um processo civil contra Trump e os seus dois filhos mais velhos, acusando-os de submeter números “grosseiramente inflacionados” a bancos e seguradoras para garantir empréstimos e cobertura de seguros.
O ex-presidente dos Estados Unidos está acusado de sobrevalorizar os seus ativos em até 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros).
Esta é considerada uma grande vitória da procuradora-geral de Nova Iorque no seu processo civil contra Trump.
O Ministério Público de Nova Iorque, chefiado por Letitia James, iniciou esta ação judicial no final de 2022, acusando Trump, a sua empresa (a Organização Trump), os seus filhos mais velhos Donald Jr. e Eric e vários sócios de inflacionar os seus ativos – em cerca de 2200 milhões de dólares num único ano – para obter vantagens fiscais e de empréstimos.
O Ministério Publico exige que os arguidos paguem uma multa de 250 milhões de dólares [228 milhões de euros] em benefícios financeiros e também que seja restringida a sua capacidade de fazer negócios em Nova Iorque, o que seria um duro golpe nos seus rendimentos.
Os advogados de Trump pediram ao juiz que rejeitasse o caso antes do julgamento, concedendo o que é conhecido como julgamento sumário a seu favor.
James também apelou a um julgamento sumário, pedindo que Trump fosse considerado responsável antes do julgamento, tendo o juiz ficado do lado da procuradora.
Trump, o favorito à indicação presidencial republicana em 2024, denunciou o caso como uma “caça às bruxas”, chamando James, que é democrata e negra, de “racista”.
Em janeiro, a Organização Trump foi multada em 1,6 milhões de dólares por um juiz de Nova Iorque num caso criminal de fraude fiscal e financeira.
Trump, de 77 anos, também enfrenta acusações criminais federais pelo uso indevido de documentos confidenciais e acusações de conspiração por tentar anular os resultados das eleições de 2020.
O ex-presidente norte-americano também enfrenta acusações estaduais por supostos pagamentos silenciosos em Nova Iorque e por pressionar autoridades estaduais a anular a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020 na Geórgia.
Trump também foi considerado responsável num julgamento civil em maio por abusar sexualmente de uma ex-colunista de revista em 1996 e por difamá-la em comentários feitos no ano passado.
Fonte: dn.pt