As sete notas musicais e seus componentes e acessórios constituem-se poder deístico, ou seja, uma força mágica que se apresenta nos seus três elementos: harmonia, melodia e ritmo – como se fossem corpo, alma e espírito; a música personifica um poder tão grande e incomensurável que é capaz de fazer grandes transformações na vida das pessoas.
A música não é apenas um talento que nasce com as pessoas ou nelas se desenvolve como dom por autodidatismo. A música é arte e também uma das mais profundas e belas ciências que se aprende com os pais, tios, avós e até nas igrejas, escolas e universidades.
Apesar de existir uma base que orienta as matérias dos cursos de graduação em música, a escolha da habilitação pode gerar diferenças importantes na grade. O bacharelado, por exemplo, oferece formação voltada para análise, criação, interpretação e execução, preparando o profissional de música para atuar em bandas, orquestras, projetos sociais, ou então para criar arranjos e melodias, compondo. Alguns cursos são voltados para a habilitação específica do canto, da regência ou instrumental. Já a licenciatura é voltada para a educação musical, formando professores para atuarem nos mais diversos níveis de ensino, contando, por isto, com disciplinas voltadas para as áreas de pedagogia e psicologia, que preparam o profissional para as salas de aula. Há, ainda, a necessidade de se fazer estágio supervisionado, para que o graduando adquira experiência e preparo para aplicar a educação musical.
A musicoterapia é outra área muito importante da música; trata-se de um híbrido entre arte e saúde e serve para promover a comunicação, a expressão e o aprendizado. Além disso, busca facilitar a organização e a forma com que profissionais especializados se relacionam com os seus pacientes; comprovadamente, a eficácia de cura miraculosa de muitos pacientes tem sido experimentada em diversas instituições de saúde do mundo.
Música Sacra
A música sacra – católica, evangélica, mormente cristã ou judaica – é um gênero musical caracterizado por composições eruditas, criadas para a cultura religiosa ou sob influência da religião. No entendimento mais restrito, está associada, principalmente, às tradições cristã e judaica; a música sacra desperta e desenvolve sentimentos religiosos que estimulam a reverência e a adoração ao criador. Organizações religiosas “armazenam” essas obras musicais em compêndios, que são coletâneas conhecidas como hinários – livretos contendo as coleções de canções que têm por finalidade original serem cantadas em atos comuns e nas liturgias religiosas.
No Brasil, os hinários mais conhecidos são:
- Harpa Cristã – hinário oficial das Assembleias de Deus no Brasil, lançado em 1922, que também é usado por várias outras denominações;
- Hinário Adventista – da Igreja Adventista do Sétimo Dia;
- Hinos de Louvores e Súplicas a Deus – da Congregação Cristã no Brasil, que surgiu por volta do ano 1934 de forma mista, contendo hinos em italiano e outros traduzidos para o português; e
- Hinário Evangélico – produzido pela extinta Confederação Evangélica do Brasil; sua primeira versão foi publicada em 1945 e teve como base o Hinário Salmos e Hinos, que hoje não é muito popular.
Na segunda metade do século XX, muitos outros hinários surgiram. Em 1977, foi publicada a primeira versão do Novo Cântico, hinário adotado pela Igreja Presbiteriana do Brasil. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB) lançou, em 1981, o Hinos do Povo de Deus. O Hinário Luterano, que é o hinário oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), foi lançado em 1986. No ano de 1989, a Igreja Presbiteriana Independente publicou o Canteiro, embrião do atual Cantai Todos os Povos. O Hinário para o Culto Cristão, um dos dois hinários oficiais das igrejas Batistas do Brasil, foi publicado em 1991, no centenário do Cantor Cristão. O Hinário Adventista do Sétimo Dia foi lançado, oficialmente, em 1996 e conta com muitos hinos do hinário Cantai ao Senhor, lançado em 1963, e alguns hinos resgatados do antigo Hinário Adventista, lançado em 1933. Por fim, em 1998, foi publicado o Hinário das Igrejas Evangélicas Reformadas do Brasil.
Outros hinários também fizeram parte da história da música sacra brasileira, alguns em uso até hoje, outros em desuso. Muitas também foram as revisões feitas em cada um dos hinários: inclusão de novos hinos e melhorias poéticas, gramaticais e de tradução para o português. Em boa parte dos hinários também constam confissões denominacionais, leituras bíblicas, formas litúrgicas e outras orientações para a celebração dos cultos.
A Igreja Católica Apostólica Romana também tem suas coletâneas de cânticos e corinhos, sendo a principal o Hinário Litúrgico Católico, reconhecido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e pelo Vaticano.
Gêneros Musicais
Cada gênero, ritmo e estilo de música tem um poder de sedução da alma das pessoas, que faz, transcendentalmente, o corpo produzir determinados tipos de hormônios e, em seguida, ter reações das mais diversas, como, por exemplo, vontade de chorar, de beber, de dançar, de morrer ou de se suicidar; sentimento nostálgico; saudades; desejo de estar mais perto de Deus, enfim centenas de reações.
Os principais gêneros e estilos são: MPB, Pop, Sertanejo, Brega, Samba, Forró, Forró Piseiro, Pisadinha, Gaúcha, Gospel, Lambada, Carimbó, Internacional e Regionais. Já os ritmos mais populares e conhecidos são: Bolero, Valsa, Tango, Xote, Vanera, Vanerão, Polca, Twist, Iê-Iê-Iê, Gafieira, Canção-rancheira, Catira, Moda-de-viola, Rasqueado, Guarânia, Marcha, Frevo, Samba, Samba-enredo, Chorinho, Toada, Uapango, Mambo, Hip-Hop, Reggae, Funk e outros.
Uma jovem brasileira, que estava em Nova York, ao passar em frente a uma loja especializada em produtos e acessórios para brasileiros, viu algumas bandeiras do Brasil e escutou o Hino Nacional Brasileiro, que estava sendo executado dentro da loja. Ela simplesmente parou, sentou na calçada e começou a chorar, e ali, naquele momento, ela tomou a decisão de retornar o mais rápido possível para o seu país.
As músicas institucionais, como hinos pátrios, hinos militares, marcha nupcial e muitos hinos oficiais religiosos, carregam em si uma grande dose de energias positivas. As músicas que foram sucesso nos anos 60, 70, 80 e 90, independentemente do gênero, marcaram e ainda marcam muitas gerações, que, ao ouvi-las, mergulham nos mais diversos sentimentos, revivendo grandes momentos e lembranças de um passado que permanece vivo em suas memórias através das célebres músicas, que foram exaustivamente tocadas em rádios, toca-discos e toca-fitas.
Os jingles políticos também fazem parte da história musical e da cultura brasileira desde os anos 30. No Tocantins, por exemplo, músicas de campanhas políticas estão gravadas na memória dos tocantinenses, principalmente os imortais jingles das campanhas do saudoso governador Siqueira Campos.
Da Redação | Foto: Reprodução