A Casa Branca anunciou esta quinta-feira que os EUA vão entregar “importantes” meios de defesa aérea à Ucrânia, mas sem fornecerem de momento os mísseis ATACMS de longo alcance solicitados por Kiev.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou quinta-feira mais 325 milhões de dólares [305 milhões de euros] em ajuda à Ucrânia, acrescentando que os primeiros tanques Abrams, anunciados em janeiro, chegarão à Ucrânia na próxima semana.
Biden fez este anúncio no início de uma reunião na Casa Branca entre membros do seu Governo e a Administração ucraniana, chefiado pelo Presidente Volodymyr Zelensky.
O presidente norte-americano “decidiu que não vai fornecer [mísseis] ATACMS, mas não excluiu essa possibilidade no futuro”, declarou em conferência de imprensa o conselheiro para a Segurança nacional, Jake Sullivan.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que se encontra em Washington, onde foi recebido na Casa Branca, declarou esta semana que seria uma “deceção” caso não regressasse a Kiev sem estes poderosos mísseis táticos.
No entanto, Sullivan elogiou os resultados da contraofensiva ucraniana, criticada por diversos responsáveis militares norte-americanos que se têm pronunciado nos ‘media’ sob anonimato.
“Na realidade, a Ucrânia está em vias de recuperar terreno, efetua-o de forma metódica, passo a passo”, afirmou.
O conselheiro de Joe Biden afirmou que, em particular devido à assistência militar norte-americana, as forças ucranianas conseguiram “libertar em três meses mais território que os russos conseguiram tomar em oito meses”.
“Diversas grandes cidades da Ucrânia não estão hoje sob ocupação nem sob domínio russo. Primeiro, devido à coragem dos soldados ucranianos e do povo ucraniano que os apoiam, mas também, de forma não negligenciável, devido ao apoio militar que lhes fornecemos”, disse Jake Sullivan.
Diversos membros do Congresso da oposição republicana têm defendido o fim da ajuda financeira e militar à Ucrânia, ao considerarem entre outros argumentos que se trata de uma causa perdida.
Biden promete que fará “o possível para que o mundo continue ao lado da Ucrânia”
Na Sala Oval da Casa Branca, ao lado de Zelensky, o presidente norte-americano prometeu que fará “o possível para que o mundo continue ao lado da Ucrânia”.
O presidente ucraniano agradeceu “a assistência providenciada pelos EUA para combater o terror russo”.
O líder dos EUA recebeu com a sua mulher, Jill Biden, o casal Volodymyr e Olena Zelensky na Casa Branca, onde o líder ucraniano, falando na Sala Oval, defendeu que a continuação da ajuda financeira e militar “é muito importante” para Kiev e agradeceu aos representantes norte-americanos e ao povo dos Estados Unidos pelo seu “grande, imenso apoio”.
Tanques Abrams deverão chegar à Ucrânia na “próxima semana”
O presidente norte-americano fez saber que os tanques Abrams deverão chegar à Ucrânia “na próxima semana”, um reforço para a contraofensiva das forças de Kiev
“Na próxima semana, os primeiros tanques Abrams dos EUA serão entregues na Ucrânia”, disse Biden, ao lado do homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky.
O aguardado encontro entre Biden e Zelensky foi antecedido por visitas do presidente da Ucrânia ao Pentágono e ao Capitólio, onde se reuniu à porta fechada com representantes da Câmara dos Representantes e do Senado, num momento em que Kiev precisa manter o apoio dos Estados Unidos, em particular da Congresso, para prosseguir o esforço de guerra contra as tropas de Moscovo
O Congresso tem em apreciação um pacote adicional de ajuda a Kiev no valor de 24 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros), quando têm sido conhecidas reservas de representantes republicanos em relação à continuação da ajuda à Ucrânia, perante as dificuldades que o Exército ucraniano tem experimentado na contraofensiva em curso contra as forças russas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscou de financiar o esforço de guerra.
Fonte: dn.pt