Alguns religiosos dizem que o ser humano é composto por três elementos: corpo físico, alma ou corpo espiritual e espírito, que é o fôlego da vida, ou seja, o pneuma. Já para os bons entendedores de veículos automotor as máquinas automotivas, isto é, motorizadas, são divididas em três partes: carcaça (lataria e chassi), motor e pneus, esses pneumáticos então seriam o “espírito” do veículo, as demais partes são acessórios.
A maioria dos proprietários e condutores de veículos automotores pouco entende e pouco se preocupa com os pneus dos seus carros ou motocicletas. Isso acontece porque, na verdade o mundo dos pneumáticos é bastante complexo e envolve muita atenção, dedicação e aprendizado, para se tornar capacitado para “destrinchar” e desvendar o que existe por trás dos emblemáticos códigos, legendas, números, especificações técnicas e siglas dos manuais dos pneus.
Decifrando alguns segredos dos pneus:
ARO: O aro é a peça que vai dentro do pneu compondo a roda do veículo. Os tamanhos dos aros de pneus dependem de cada modelo e veículo. Normalmente, as montadoras oferecem um leque de opções de aros para o um mesmo modelo. Por exemplo, um hatch pode usar um aro 13, 14 ou 15. Vai depender, claro, de cada modelo, segmento ou montadora. Mas os carros de passeio e utilitários usam aros de 13 a 26.
DOT (Department of Transportation): O dot dos pneus é composto por quatro algarismos, sendo que os dois primeiros informam a semana e os dois últimos o ano em que o pneu deixou a linha de produção. O pneu traz impressas ainda outras informações importantes que o motorista deve observar na hora de trocá-los ao final de sua vida útil.
Para saber a idade ou data de fabricação do seu pneu, você tem que ler o código DOT que vem estampado nele. DOT informa que o pneu está em conformidade com os regulamentos DOT dos Estados Unidos. O código começa com as letras DOT seguido por duas letras e o número que representa a fábrica onde foi produzido. Depois há três ou quatro números dependendo de quando foi produzido:
Pneus produzidos depois do ano 2000 tem um DOT de quatro números, os primeiros dois números representam a semana (lembre-se que há 52 semanas em um ano) em que foi produzido e os últimos dois representam o ano.
Exemplo: DOT AX 3003
30 é a semana 30 do ano. 03 é o ano 2003.
Pneus antes do ano 2000 tem apenas 1 dígito para o ano.
Exemplo: DOT AX 148
14 é a semana 14 do ano. 8 é o ano de 1998
ALINHAMENTO: O alinhamento serve para ajustar os ângulos das rodas, evitar acidentes e garantir uma direção mais tranquila ao motorista, além de economizar combustível. Ainda, o alinhamento previne o deslocamento involuntário do automóvel e deixa a dirigibilidade mais firme.
CALIBRAGEM: Verificar que a pressão dos pneus do carro está nos níveis adequados é fundamental, não só para garantir uma condução segura, como também para garantir que o desgaste dos pneus é feito de forma uniforme e mais prolongada. Ou seja, não é só uma questão de proteção, como também de poupança. Os pneus são um dos componentes mais importantes do automóvel em termos de segurança, sendo o elo de ligação entre o condutor e a estrada. Manter a pressão correta dos pneus vai ajudar, não só a manter estes componentes em boas condições durante mais tempo, mas também a garantir que circula sempre em condições máximas de segurança.
CÂMARA DE AR: Câmara de ar é uma estrutura em forma de balão, que pode ser inflada e desinflada usando uma válvula. A câmara de ar é a sua “almofada de ar” e, quando inflada sob o pneu, proporciona uma viagem confortável e segura.
DESGASTE DOS PNEUS: O que causa o desgaste dos pneus? Hábitos de condução. Alinhamento incorreto das rodas. Tamanho dos pneus ou definições da pressão inadequados. Amortecedores gastos.
DURABILIDADE: Quanto tempo dura um pneu? Em média, pneus originais de carros de passeio devem durar de 40 a 60 mil quilômetros até a primeira troca, porém, alguns fatores podem reduzir pela metade essa expectativa. Os pneus são uma parte essencial do nosso carro, proporcionando a aderência necessária para uma condução segura e suave. No entanto, eles estão constantemente expostos a desafios como estradas irregulares, condições climáticas adversas e desgaste gradual. Portanto, é fundamental adotar medidas para garantir a durabilidade dos pneus e maximizar sua vida útil. As 5 recomendações básicas são: 1) Faça o rodízio dos pneus; 2) Realize o alinhamento e balanceamento; 3) Dirija com cuidado; 4) Faça a manutenção regular dos pneus; 5) Fique sempre atento à pressão dos pneus do seu carro e faça semanalmente a calibragem de todos.
LINHAS E MARCAS DE PNEUS: As 14 linhas ou marcas mais recomendadas pelos especialistas em pneus são: Pirelli, Firestone, Michelin, Bridgestone, Goodyear, Continental (o primeiro pneu a ser fabricado no mundo), Yokohama, Dunlop, Nexen, GT Radial, Kumho, Hankook, Toyo e Metzeler.
LONAGEM DE PNEUS: Antes de falar das lonas, você precisa compreender um pouco sobre a estrutura do corpo do pneu. Esse “corpo” é uma folha calandrada que consiste em uma camada de borracha, uma camada de tecido de reforço e uma segunda camada de borracha. O primeiro tecido usado foi o algodão; materiais posteriores incluem rayon, nylon, poliéster e Kevlar. Essas camadas de tecidos diferentes são as lonas do pneu. Hoje em dia, o material mais utilizado é o poliéster. São essas camadas que vão oferecer resistência a furos e ajudam o pneu a permanecer plano para que tenha o melhor contato com a estrada. Inclusive, é interessante saber que a resistência de um pneu é geralmente descrita pelo número de lonas que possui. A maioria dos pneus de carro tem duas lonas. Em comparação, grandes aviões comerciais costumam ter pneus com 30 ou mais lonas. Alguns pneus têm lonas de cobertura, uma ou duas camadas extras de tecido de poliéster para ajudar a manter tudo no lugar. Essas lonas não são encontradas em todos os pneus; eles são usados ??principalmente em pneus com classificações de velocidade mais altas para ajudar todos os componentes a permanecer no lugar em altas velocidades.
PNEUS CARECAS: Quando o pneu está careca significa que ele perdeu suas características originais e já não garante o atrito da borracha com o solo, aumentando os riscos de aquaplanagem, derrapagem e instabilidade ao dirigir. É precisa ficar atento às suas condições, pois circular com pneu careca é um risco à vida do motorista e de outros condutores. Além disso, é infração grave e passível de multa e retenção do veículo. A melhor prática para evitar essas consequências é a prevenção. As revisões em dia são grandes aliadas para manter a performance dos pneus.
PNEUS IMPORTADOS: Qual a diferença do pneu importado com o nacional? O que são pneus importados? Como o nome já indica, pneus importados são aqueles que não são produzidos no Brasil. Normalmente, eles são fabricados na China e importados para o nosso país por várias marcas diferentes. É importante diferenciar que, mesmo pneus de marcas internacionais podem ser considerados nacionais.
PNEUS NACIONAIS: Cada vez mais utilizados no transporte de cargas, pneus importados passam por testes de aderência, resistência e durabilidade certificados pelo Inmetro. Alguma discussão sobre adaptação do pneu importado às estradas brasileiras virou conversa do passado.
PNEUS NOVOS: Existe um adágio popular que diz que “a melhor marca é é o novo”! Isso vale também para pneus? Não. É claro que recomenda-se sempre comprar pneus novos, com procedência, garantia, alinhamento e balanceamento, mas a marca do pneu também muito importante.
PNEUS RECAUCHUTADOS: A recauchutagem é, essencialmente, um procedimento de reparo que reaproveita a carcaça de um pneu danificado. Esse processo consiste na aplicação de borracha não vulcanizada ao longo de toda a superfície de contato do pneu, como a banda de rodagem e os ombros.
PNEUS REMOLD: Você sabe o que é pneu remold e como é feito? Ou as vantagens e riscos em adquirir um pneu desse tipo? O pneu remold é aquele que passou por um processo de remanufatura, ou seja, um pneu usado que foi reformado para voltar ao mercado. No entanto, o que nem todos sabem é que esse tipo de reforma, apesar de trazer algumas vantagens, tem lá seus riscos. Vale destacar que o processo de reconstrução do pneu remold é diferente da recauchutagem ou recapagem do pneu.
PNEUS USADOS: Em todas as cidades brasileiras existe o comércio de pneus usados, desde aqueles vendidos nas próprias borracharias às empresas especializadas nesse mercado. Mas os especialistas em pneus (gestor, analista, inspetor, controlador e borracheiros de alta qualificação) não recomendam comprar pneus usados em hipótese nenhuma, nem para trafegar na cidade e muito menos para viajar, mesmo que os pneus usados aparentemente estejam em ótimas condições,
PSI (Pounds per Square Inch): A pressão dos pneus é expressa PSI baseia-se no peso e no tamanho de um veículo e é importante usar exatamente a pressão recomendada pelo fabricante para o seu veículo. Isso garantirá segurança e desempenho ideal.
TRADEWER: O Treadwear é o índice que mede a durabilidade do piso de um pneu, sendo uma medida que surgiu no mercado americano e que é considerada obrigatória por lá. O índice treadwear consiste em uma taxa que representa a perda de borracha quando o pneu é testado sob condições e circuitos determinados pelo governo dos EUA. Um índice de 350 é uma boa referência como pneu de duração média. Assim, qualquer pneu cujo Treadwear seja superior, será, porventura, um pneu com maior durabilidade.
FOTOS: Flávio Clark | Reprodução | Divulgação
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