O número de vítimas do forte sismo que abalou Marrocos na sexta-feira à noite subiu na noite de sábado para 2012 mortos e 2059 feridos, dos quais 1404 em estado grave, segundo anunciou a televisão estatal do país.
A província com mais vítimas registradas é Al-Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com mais de metade dos mortos.
Segue-se Taroudant, mais a sul, igualmente uma zona rural montanhosa no coração do Alto Atlas.
As regiões de Chichaoua, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Agadir, Casablanca e Al Youssufia também registraram vítimas mortais.
“As operações de socorro prosseguem e estão se desenrolando em boas condições”, indicou o Ministério do Interior marroquino.
O sismo atingiu a magnitude 6,8 na escala Richter (medição revista dos iniciais 6,9) com epicentro na localidade de Ighil, 63 quilômetros a sudoeste da cidade de Marraquexe.
O terremoto, que ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilômetros às 23h11 locais (mesma hora em Lisboa), foi sentido em Portugal e na Espanha.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) precisou que foi sentido nos concelhos de Castro Marim, Faro (especialmente na Vila Real de Santo Antônio), Loulé, Portimão, Cascais, Lisboa (com maior intensidade em Vila Franca de Xira), Torres Vedras, Almada, Setúbal (mais fortemente em Sines).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.
De acordo com imagens reproduzidas pelos meios de comunicação social, nas redes sociais e por testemunhas, o terremoto causou danos consideráveis em várias cidades.
As imagens mostraram a queda de parte de um minarete na famosa praça Jemaa el-Fna, o coração pulsante de Marraquexe, ferindo duas pessoas.
O tremor também foi sentido em Rabat, Casablanca, Agadir e Essaouira, provocando o pânico entre a população.
Muitas pessoas saíram para as ruas dessas cidades, temendo que as casas desabassem, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais.
Nas fotografias e vídeos publicados pelos internautas, podem se ver grandes secções de escombros nas ruas da medina de Marraquexe e carros esmagados pelas pedras, segundo a agência francesa AFP.
O centro regional de transfusão de sangue de Marraquexe apelou aos habitantes para que doassem sangue para os feridos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anfitrião da cúpula do G20, que se realiza neste fim de semana em Nova Deli, expressou condolências às famílias das vítimas do terremoto.
Modi escreveu nas redes sociais que estava “extremamente triste com a perda de vidas”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também enviou uma mensagem de condolências, referindo-se às “terríveis notícias de Marrocos”.
Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilômetros a nordeste de Rabat, causando a morte de 628 pessoas e danos materiais consideráveis.
Em 29 de fevereiro de 1960, um terremoto destruiu Agadir, na costa ocidental do país, matando mais de 12 mil pessoas, ou seja, um terço da população da cidade.
Fonte: dn.pt