Pela segunda vez na história, o Fluminense estará na semifinal da Libertadores. Na noite desta quinta-feira, 31 de agosto, o Tricolor Carioca foi letal e voltou a vencer o Olimpia, agora por 1 x 3, no Defensores del Chaco, em Assunção, completamente abarrotado. No Maracanã, o Fluminense já havia vencido por 2 x 0.
O Fluminense mostrou ser letal nas transições ofensivas e venceu a partida através de grandes jogadas de velocidade. O time também teve muita contundência nas finalizações – foram 7 durante todo o jogo, com 4 no alvo e 3 convertidas – e atuação segura do goleiro Fábio e dos zagueiros Nino e Felipe Melo. O Olimpia, como era de se esperar, abusou do jogo aéreo, finalizou 21 vezes, sendo 5 no alvo. No entanto, além de vários erros nas conclusões, quando a bola foi a gol, Fábio se destacou, fazendo duas grandes defesas no primeiro tempo (a partida ainda estava 0 x 0) e a zaga Tricolor conseguiu tirar uma em cima da linha. A posse de bola no jogo foi equilibrada (47% x 53%).
O jogo começou com as duas estratégias bem definidas. Enquanto o Olimpia, comandado por Francisco Arce (ídolo como jogador do Grêmio e do Palmeiras), partiu para o abafa, o Fluminense, com quatro jogadores de características ofensivas, não abdicou de sua estratégia habitual e mostrou ao adversário que sempre seria perigoso quando tinha a posse de bola.
Com menos de 1 minuto, quase o goleiro Fábio perdeu a bola para Facundo Buera, mas ela bateu no atacante e saiu para fora. Aos 9 minutos, Romaña cabeceou falta cobrada na intermediária pelo lado direito e obrigou Fábio a fazer grande defesa no canto esquerdo. Aos 11 minutos, Romaña cabeceou após cobrança de escanteio e o goleiro Fábio voltou a fazer grande defesa. Antes, a zaga do Fluminense havia tirado outro cabeceio quase em cima da linha.
O Olimpia crescia no jogo, mas o Tricolor Carioca, com mais qualidade técnica, estava muito bem armado para suas estocadas letais. E a primeira chegou aos 24 minutos, com Keno fazendo grande lançamento para John Kennedy que, em velocidade, invadiu a área e atirou com perfeição: 0 x 1, e balde de água fria no estádio.
Nervoso, o Olimpia não conseguia concatenar seus ataques, enquanto o Fluminense, com André, dominava o meio-campo, acertando os passes e dando muita fluidez à posse de bola do Fluminense – dirigido por Fernando Diniz, também técnico da Seleção Brasileira.
Contudo, o Decano paraguaio conseguiu empatar o jogo. Zebala é lançado pela esquerda, invadiu a área, deu grande drible em Samuel Xavier, atirou de pé esquerdo, a bola desvia na zaga e entra: 1 x 1, 44 minutos do segundo tempo. O estádio voltava a incendiar e empurrar o Olimpia, que chegou a ter uma falta boa para virar o jogo, mas ela foi cobrada por cima.
Na segunda etapa, o jogo começou nervoso, com muitas faltas de lado, mas em maior quantidade do Olimpia, que tentava recuperar a bola para buscar mais gols – os paraguaios precisavam vencer por dois gols de diferença para levar para os pênaltis.
No entanto, de chances reais de gol, mesmo, apenas duas, ambas com Iván Torres em bolas aéreas. Na primeira, ele cabeceou por cima (segundos antes a bola chegou bater na manga de um defensor do Fluminense, mas a arbitragem não assinalou o pênalti reclamado pelos paraguaios). Na segunda, Iván Torres recebeu excelente passe de Bueira de cabeça, mas tentou bater de primeira com o pé direito e jogou a bola longe do gol.
O tempo passava e o Olimpia não conseguia criar, o clima ficava tenso e o Decano era obrigado a cometer faltas para frear as rápidas estocadas dos cariocas. Em uma dessas faltas, Fernando Cardozo, que já tinha cartão amarelo, precisou puxar a camisa de Cano para evitar um contra-ataque mortal e foi expulso aos 26 minutos.
A partir da expulsão, praticamente não teve mais paridade. O Olimpia até tentava atacar, mas os espaços para os cariocas eram amplos cada vez que o Fluminense tinha a bola. Depois de duas boas chegadas sem concretizar, John Kennedy, melhor jogador da partida, foi lançado em velocidade novamente, invadiu a área, bateu bem, a bola explodiu na trave e voltou para Germán Cano: 1 x 2.
Nos acréscimos, em mais um ataque de velocidade, Cano recebeu, entrou na área pelo lado esquerdo e atirou com perfeição de canhota: 1 x 3, para festa dos cerca de 2 mil tricolores que viram o jogo em Assunção e para tristeza dos milhares de olimpitas que lotaram o estádio. Essa é primeira vez na história que o Olimpia é eliminado em um ano que tinha desclassificado o campeão vigente (os paraguaios foram responsáveis por tirar o Flamengo da Libertadores). Nas outras três vezes anteriores, o Decano sempre ficou com o título.
Agora, o adversário do Fluminense na semifinal será o Internacional, em jogos que vão ocorrer nas datas bases de 27 de setembro e 4 de agosto. A primeira partida será no Maracanã e a segunda no Beira-Rio, em Porto Alegre. Com a classificação, o Fluminense mantém vivo o sonho de disputar a final da Libertadores na sua casa – a grande decisão em jogo único está marcada para 4 de novembro, no Maracanã – e de conquistar o título pela primeira vez.
Confira os melhores momentos da partida abaixo:
Fotos: Marcelo Gonçalves/Fluminense