O líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, terá morrido numa queda de avião na Rússia, tal como outras nove pessoas que seguiam a bordo.
A notícia está a ser avançada por agências de notícias russas.
O avião particular que tinha Prigozhin na lista de passageiros caiu na região de Tver, perto de Moscovo, mas a identidade das vítimas ainda não foi confirmada imediatamente.
Contudo, a estação estatal russa e a Autoridade de Aviação Civil confirmou a morte do líder do grupo Wagner.
Segundo o canal Grey Zone, ligado ao grupo Wagner, a aeronave foi abatida pelo sistema de defesa aérea e também confirmou que Prigozhin morreu “em consequência das ações de traidores da Rússia”.
A estação, citda pela BBC, referiu que os moradores locais ouviram dois estrondos antes da queda e viram dos rastos de vapor.
O Grey Zone também avançou que o comandante permanente do Grupo Wagner, Dmitry Valeryevich Utkin, considerado herói russo e detentor de quatro Ordens da Coragem, é outra das vítimas mortais.
“Um avião particular Embraer Legacy que viajava de Moscovo para São Petersburgo caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver. Havia 10 pessoas a bordo, incluindo três tripulantes. De acordo com informações preliminares, todos os que estavam a bordo morreram”, disse o Ministério das Emergências da Rússia no Telegram.
O Ministério das Emergências já está a conduzir uma investigação no local.
“Foi iniciada uma investigação à queda do Embraer na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, o primeiro e o último nome de Yevgeny Prigozhin estão na lista”, indica a Agência Federal de Transportes.
O avião embateu no solo perto das 18:40 locais (menos duas horas em Lisboa), incendiando-se em seguida, menos de 30 minutos depois de ter descolado.
O aparelho tinha 16 anos e voava regularmente nesta rota, tendo sido comprado pelo Grupo Wagner em setembro de 2020, de acordo com a Kommersant.
A Ucrânia já reagiu à queda do avião, frisando que o que aconteceu foi um sinal do Kremlin para os opositores de Putin. “A eliminação demonstrativa de Prigozhin e do comando Wagner dois meses após a tentativa de golpe é um sinal de Putin às elites russas antes das eleições de 2024. ‘Cuidado! Deslealdade é igual a morte'”, escreveu o assessor presidencial ucraniano Mykhaylo Podolyak nas redes sociais.
Na segunda-feira, Prigozhin apareceu em vídeo pela primeira vez desde o fracassado motim de 24 de junho contra o Kremlin, e sugeriu que regressou a África para tornar a Rússia “ainda maior em todos os continentes”.
No vídeo, Prigozhin não disse explicitamente que estava em África, mas apareceu numa paisagem semelhante à savana africana e afirmou que a temperatura à sua volta era de 50 graus.
Nesta terça-feira, o general Sergei Surovikin, chefe das Forças Aeroespaciais da Rússia e conhecido pela proximidade a Prigozhin, foi afastado do cargo, segundo o diário russo RBC, ao qual uma fonte indicou a sua demissão.
Surovikin caiu em desgraça após a fracassada rebelião armada liderada por Prigozhin, que na altura reconheceu ter planeado pessoalmente com o referido general a operação para tomar a cidade de Bakhmut, algo que os mercenários conseguiram em maio passado.
Fonte: dn.pt