O Papa apelou a que “as armas sejam retiradas e que haja uma redução nos gastos militares, para que as necessidades humanitárias possam ser atendidas e para que instrumentos de morte sejam transformados em instrumentos de vida”.
O tema do Dia Mundial da Ajuda Humanitária de 2023 é “No Matter What” (“aconteça o que acontecer”, em tradução livre).
A Organização das Nações Unidas instituiu este dia em 2008, depois de, em 19 de agosto de 2003, um atentado terrorista contra as suas instalações na capital iraquiana, Bagdade, ter feito 22 vítimas mortais.
Entre as vítimas estava Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro designada representante especial das Nações Unidas.
Este foi o ataque mais mortífero contra funcionários da ONU na história da organização. Ocorreu logo após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos, que derrubou o ditador Saddam Hussein, mas desencadeou uma insurgência e anos de brutal guerra civil no país.
As Nações Unidas e o Iraque assinalaram hoje os 20 anos do ataque, tendo sido destacadas as “feridas” profundas criadas na altura, mas também os progressos na estabilidade do país.
A responsável da Missão de Assistência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, disse, na cerimónia, que as “feridas criadas pelo ataque de 2003 — e a violência que se seguiu — são profundas” e “podem nunca cicatrizar completamente”.
No entanto, apontou os recentes progressos na estabilidade do Iraque e as tentativas do atual governo de melhorar os serviços sociais.
Os últimos 20 anos foram “uma estrada muito difícil”, disse, acrescentando que, apesar disso, “ao longo desses anos, as Nações Unidas não desistiram dos seus esforços para contribuir para a paz e a estabilidade no Iraque”.
Também presente na cerimónia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fouad Hussein, considerou o ataque “um dos incidentes mais trágicos da história do Iraque” e afirmou o compromisso do país no combate ao terrorismo.
Fonte: dn.pt