Militares combatem incêndio florestal fora de controle na ilha espanhola de Tenerife

Área ardida equivale a mais de 3.000 campos de futebol. Cerca de quatro mil pessoas estão confinadas na localidade La Esperanza.

Mais de 200 militares estão envolvidos no combate a um incêndio florestal fora de controlo na ilha de Tenerife, nas Canárias, Espanha, que já consumiu uma área equivalente a mais de 3.000 campos de futebol.

O fogo, que já queimou 3.273 hectares de floresta em oito concelhos, obrigou recentemente à retirada das populações de El Sauzal e Santa Úrsula das suas casas. Cerca de quatro mil pessoas estão confinadas na localidade La Esperanza.

Os militares têm atuado, sobretudo, na defesa de habitações dispersas nas zonas de Pista del Rayo e La Esperanza e com voos de reconhecimento, de acordo com o Ministério da Defesa espanhol.

Apesar de o incêndio continuar fora de controlo, algumas linhas de defesa ativadas nos trabalhos de combate estão a começar a dar resultado, segundo o presidente do Governo da comunidade autónoma das Ilhas Canárias, Fernando Clavijo.

O incêndio, que começou na noite de terça-feira, atinge uma área de floresta com ravinas íngremes na parte nordeste da ilha, que faz parte do arquipélago espanhol que fica na costa noroeste de África.

Até agora, o incêndio, que tem um perímetro de 30 quilómetros, destruiu mais de 2600 hectares, afetando cerca de 7600 pessoas, muitas das quais foram evacuadas, disseram as autoridades numa atualização matinal.

Na manhã desta quinta-feira, as pessoas foram evacuadas de 10 pequenas vilas e aldeias da região, anunciaram as autoridades, enquanto também ordenavam para que os moradores permanecessem nas suas casas como medida de precaução em La Esperanza, a cerca de cinco quilómetros do aeroporto do norte da ilha, Tenerife Norte.

Não houve relatos imediatos de voos afetados.

“Foi uma noite muito difícil… este é provavelmente o incêndio mais complexo que já tivemos nas Ilhas Canárias nos últimos 40 anos”, disse Fernando Clavijo, líder regional do arquipélago de sete ilhas, aos jornalistas. “O calor extremo e as condições climáticas… estão a dificultar o trabalho”, acrescentou.

Mais de 250 bombeiros, apoiados por 17 meios aéreos, foram mobilizados para combater o incêndio, tendo também sido mobilizadas tropas da Unidade Militar de Emergência (UME), que ajudam regularmente no combate a alguns dos incêndios mais perigosos.

“Um novo destacamento de tropas da UME vai chegar durante a tarde”, disse Clavijo, com o ministério da defesa a afirmar que vai aumentar para mais de 200 o número de militares enviados para Tenerife.

“Estamos a enfrentar um incêndio como nunca vimos antes nas Ilhas Canárias”, referiu a meteorologista Vicky Palma, apontando para a vasta coluna de fumo de um incêndio que na manhã desta quinta-feira já se espalhava há 34 horas.

As autoridades locais cortaram as estradas que levam às montanhas na zona nordeste da ilha.

“Pedimos que a população respeite estes bloqueios de estradas”, disse Montserrat Roman, chefe do serviço de proteção civil do arquipélago.

O incêndio começou depois de as ilhas terem sido atingidas por uma onda de calor que deixou muitas áreas secas.

À medida que as temperaturas globais aumentam devido às alterações climáticas, os cientistas alertam que as ondas de calor se tornarão mais frequentes e intensas, com um impacto muito mais amplo.

Em 2022, que foi um ano particularmente mau a nível incêndios florestais na Europa, Espanha foi o país mais atingido, com quase 500 incêndios que destruíram mais de 300 mil hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

Até agora, mais de 71 mil hectares foram devastados este ano por fogo em Espanha, que é um dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas.

Fonte: dn.pt

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