Sobe para 53 o número de mortos nos incêndios no Havai

É, "provavelmente, o maior desastre natural da história do estado do Havai", afirmou o governador do estado norte-americano.

O balanço dos grandes incêndios florestais no arquipélago norte-americano do Havai subiu para 53 mortos, anunciaram as autoridades do condado de Maui, a ilha mais afetada.

As autoridades locais haviam afirmado pela manhã que o fogo que assola Lahaina estava 80% controlado e, segundo o novo comunicado, não houve mudanças.

O incêndio já destruiu uma grande parte da cidade turística de Lahaina, na costa oeste de Maui.

Os fogos na costa oeste da ilha havaiana de Maui – alimentados por ventos fortes de um furacão – começaram na terça-feira e rapidamente chegaram a Lahaina.

A progressão do incêndio foi tão rápida que muitas pessoas foram apanhadas de surpresa, algumas chegaram até a saltar para o mar numa tentativa desesperada de escapar às chamas.

“Parece que alguém bombardeou a cidade inteira. Está completamente devastada”, relatou o canadiano Brandon Wilson, que viajou para o Havaí com a mulher para comemorar o seu 25º aniversário de casamento, mas estava no aeroporto para tentar conseguir um voo.

“Foi muito difícil de ver”, afirmou, sem esconder a emoção. “As pessoas perderam as suas casas, as suas vidas, os seus meios de subsistência”, sublinhou.

O anterior balanço oficial dava conta de 26 mortos e milhares de desalojados.

Os incêndios afetam também Kula, outra zona da ilha de Maui, assim como a península de Kohala, na ilha do Havai.

“Provavelmente o maior desastre natural da história do estado do Havai”

As autoridades norte-americanas decretaram o estado de emergência e a vice-governadora, Sylvia Luke, disse que a rede hospitalar de Maui ficou sobrecarregada com o afluxo de doentes com queimaduras ou por inalação de fumo.

“O que vimos foi catastrófico… provavelmente o maior desastre natural da história do estado do Havaí”, disse o governador Josh Green.

“Em 1960, tivemos 61 mortes quando uma grande onda passou pela Ilha Grande”, recordou o governador, referindo-se a uma tragédia que ocorreu um ano após o Havai se tornar o 50º estado dos EUA. “É muito provável que agora os nossos totais de mortes excedam significativamente” os números da tragédia de 1960.

Fotos tiradas por um fotógrafo da AFP que sobrevoou Lahaina mostram que a cidade ficou reduzida a ruínas. O governador indicou que 80% da cidade tinha desaparecido.

Milhares de pessoas ficaram desalojas estando em curso uma grande operação para encontrar abrigos para os deslocados, acrescentou o governador Josh Green.

O presidente Joe Biden declarou estado de catástrofe e desbloqueou a ajuda federal para as operações de socorro, estando previsto que a reconstrução dure anos

Fuga para o mar numa tentativa desesperada de fugir das chamas

A comandante da Guarda Costeira dos EUA, Aja L. Kirksey, disse à CNN que cerca de 100 pessoas teriam saltado para a água num esforço desesperado para fugir das chamas que se moviam rapidamente enquanto atravessavam Lahaina.

Kirksey disse que os pilotos de helicóptero tiveram dificuldade de visibilidade devido ao fumo denso, mas um navio da Guarda Costeira conseguiu resgatar mais de 50 pessoas da água.
“Foi uma cena que se desenvolveu rapidamente e bastante angustiante para as vítimas que tiveram que saltar para a água”, acrescentou.

“Encontramos corpos a flutuar na água”, disse a residente Kekoa Lansford, em declarações à CBS. “Temos estado a retirar pessoas … Estamos a tentar salvar a vida das pessoas e sinto que não estamos a receber a ajuda que precisamos”, afirmou.

O governador disse que cerca de 1.700 edifícios foram afetados pelo incêndio. “Com vidas perdidas e propriedades dizimadas, estamos sofrendo uns com os outros durante este período inconsolável”, disse o autarca de Maui, Richard Bissen.

“Nos próximos dias, seremos mais fortes como uma comunidade, à medida que reconstruímos com resiliência e aloha”, acrescentou Bissen.

Milhares de pessoas já foram retiradas de Maui, com 1.400 pessoas no principal aeroporto de Kahului durante a noite, com esperança de sair do arquipélago.

O condado de Maui pediu aos turistas que saíssem “o mais rápido possível” e organizou autocarros para transportar os desalojados dos abrigos para o aeroporto.

Fonte: dn.pt

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