As picapes, também conhecidas como caminhonetes, utilitários e SUVs, são uma das paixões dos brasileiros que gostam de carros. Elas estão presentes nas ruas, nas estradas, nas garagens, nos estacionamentos, nas fazendas e nos ralis em todo o Brasil, em grande número e grande variedade; nacionais e importadas, minis, pequenas, médias, grandes e até exageradas, com preços que variam entre menos de R$100,00 mil a mais de R$600,00 mil. Elas são sonhos de consumo de milhões de brasileiros e são representadas por fabricante, modelos, tamanhos, categorias e potências.
As picapes tornaram-se referência, símbolo e conceito de vida para muita gente, pois elas representam glamour, status, luxo, requinte, classe, além de ser um veículo com ótima performance, excelente motorização, o melhor desempenho do setor automotivo, design arrojado, aerodinâmica compatível com o clima e as estradas do Brasil, ótimo custo-benefício, valor de mercado e valor de revenda. Ao projetar um veículo sobre quatro rodas, seus criadores não pensam apenas num utilitário ou meio de transporte, mas num conceito de vida capaz de proporcionar segurança, bem-estar e notoriedade aos seus proprietários.
As grandes estrelas na constelação de caminhonetes, no Brasil, são representadas pelas vedetes do asfalto, que atendem pelos nomes de Amarok (Volkswagen), Frontier (Nissan), Hilux (Toyota), Oroch (Fiat), Ram 150, 250 e 350 (Ram), Ranger (Ford), S10 (Chevrolet), Strada (Fiat), Toro (Fiat) e Triton L200 (Mitsubishi). Nesse universo, algumas são consideradas “celebridades”, como, por exemplo, a Ranger, a S10, a Toro, a Triton L200, a Ram e a imponente Toyota Hilux, que é a líder de mercado da categoria.
Aliás, por falar em Hilux, sua história remonta-se a 55 anos e está na 8ª geração. Essa picape teve seu início no Japão, em março de 1968. No Brasil, completou 30 anos no fim do ano passado. Inicialmente apresentada no Salão Internacional do Automóvel em 1992, a Hilux desembarcou em solo brasileiro no mesmo ano e hoje lidera o segmento de picapes médias no país. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a Hilux fechou o ano de 2022 na liderança de sua categoria, com 48.611 unidades comercializadas. Neste ano, a picape segue líder de mercado, com mais de sete mil unidades vendidas até o mês de junho, representando 40,4% do market share no segmento de picapes médias a diesel.
Alexandro Higo Lopes (foto), gerente comercial da concessionária Toyota em Palmas, apresentou à reportagem do portal Rede Jovem News o portfolio da picape mais vendida no Brasil, a Hilux. “Nossa loja de Palmas vende em média de 40 a 50 unidades deste veículo por mês, mas neste mês de julho fomos surpreendidos com o aumento de procura, pedidos, encomendas, testes drive e negócios fechados. Só para se ter uma ideia, estamos fechando julho com 118 caminhonetes Hilux emplacadas em Palmas”, comemora. O preço desse veículo zero km em Palmas varia entre R$198.000,00, para a caminhonete cabine simples, e R$370.000,00, para a top de linha; porém, não é só chegar e levar. Para comprar uma Hilux zero km em Palmas, é preciso comprar e esperar pelo menos 30 dias para levá-la para casa.
Também figura nas melhores posições no ranking das caminhonetes mais glamourosas que circulam pelas ruas e estradas do Brasil a belíssima Triton L200, produzida pela Mitsubishi, apresentada em três versões: L200 Triton Sport GLS (R$249.990,00), L200 Triton Sport HPE (R$274.990,00) e L200 Triton Sport HPE-S (R$299.990,00), todas ano 2024, com cinco anos de garantia. Mas, segundo a consultora de vendas da Mitsubishi de Palmas, Jaqueline de Melo (foto), a empresa tem em estoque e a pedidos, no sistema de venda direta, os modelos L200 Triton GL – Manual (R$189.990,00), L200 Triton GLS – Automática (R$209.990,00), L200 Triton Outdoor GLX – Manual (R$226.990,00) e a L200 Triton Outdoor GLX – Automática (R$234.990,00). “A Mitsubishi, revendedora desta linha de picapes, tem revenedas em Araguaína, Gurupi, Uruaçu e Palmas; na capital tocantinense, a empresa já tem mais de 23 anos de tradição. E é importante ressaltar que a picape L200 da Mitsubishi foi eleita, pela revista Auto Esporte, em 1º lugar no prêmio “Qual Picape Média/Grande Comprar – Edição 2023”, destaca Jaqueline.
Na história das picapes no Brasil, a Chevrolet está numa posição altamente respeitável. Símbolo de robustez, praticidade e confiança, as picapes Chevrolet têm uma longa carreira desde a chegada da General Motors ao Brasil, em 1925. Feita para o trabalho, a primeira picape da marca foi desenvolvida em 1917, com o intuito de transportar peças na linha de montagem da fábrica. A história registra uma extensa variedade de modelos e versões das caminhonetes Chevrolet, que, durante muitas décadas, foram as mais populares do Brasil, paixões dos brasileiros e símbolos de grandeza e de status.
Historicamente, as gerações de picapes nacionais da Chevrolet vêm desde as pomposas Chevrolet Brasil (julho de 1958), passando pelas belíssimas caminhonetes da linha C10, que substituíram a Chevrolet Brasil em 1964, com as exuberantes C14, C15, C10, D10, D20, chegando à S10, em 1995.
Gleidson Boaventura Santana, gerente operacional da concessionária Chevrolet em Palmas, conta um pouco da história desse utilitário, que faz parte da história automotiva do Brasil e que, prestes a completar um século no país, continua entre os líderes do mercado e apresenta os modelos atuais e, nos novos modelos, inclui o retorno da Silverado. “No mercado de picapes, muita coisa tem acontecido nos últimos tempos, mas a linha de caminhonetes Chevrolet continua entre as grandes paixões dos brasileiros, de todas as idades. Essa paixão é centenária”, comenta. “A Silverado volta à linha de fabricação e será lançada em grande estilo em outubro. O plano é iniciar as vendas da Chevrolet Silverado no Brasil em outubro. Sabendo do interesse da marca em apostar primeiramente na versão High Country, mais luxuosa, seria mais seguro apostar que o preço da novidade poderia passar dos R$500 mil. A fabricante tem ainda outra opção: oferecer uma versão mais barata para tentar enfrentar a Ram Classic (a geração anterior da 1500), hoje vendida por R$349.990,00. Mas ainda poderia entrar direto na faixa dos R$450 mil como a rival da Ram 1500 (R$456.990,00) e a Ford F-150 (R$479.990,00)”, informa.
Gleidson Boaventura Santana
(Planeta Chevrolet)
Picapes Ford e Nissan
Entre as mais charmosas, requintadas e top das picapes estão as linhas da Ford e da Nissan.
A Ford vem com Maverick Hybrid 2023, que tem como seu maior destaque a motorização híbrida, que entrega bons números de desempenho. Outro destaque está na ampla lista de tecnologia com diversos sistemas de auxílio ao motorista e também de comodidade aos ocupantes do veículo. Além disso, esta é a primeira picape híbrida do Brasil, certamente um ponto que deve colocar a Maverick à frente das rivais. Os principais concorrentes da picape Maverick são a Fiat Toro e a Jeep Gladiator. A Ford Maverick Hybrid 2023 está disponível no mercado brasileiro com preço inicial de R$244.890,00.
As caminhonetes Ford têm história no Brasil e no mundo. Em 27 de julho de 2017, a Ford celebrou seu centenário de atuação no segmento de picapes. O primeiro lançamento, que deu início a essa história de sucesso, foi o Ford TT, em 1917, cuja evolução continuou com as atuais linhas Ranger e Série F, incluindo a F-150, e agora a Ford Maverick Hybrid. A primeira picape nasceu da visão de Henry Ford, que pensou em criar um veículo comercial com chassi reforçado e espaço para carga na traseira. Daí surgiu a primeira picape derivada do lendário Modelo T, que mudou a indústria automotiva e a própria natureza do trabalho.
Hoje, as picapes Ford estão entre os veículos mais emblemáticos da marca. A Série F é a picape mais vendida nos Estados Unidos há 40 anos consecutivos e o veículo mais vendido do mercado há 35 anos, com mais de 26 milhões de unidades. A Ranger está presente em centenas países, inclusive o Brasil onde tem longa tradição. Entre as vedetes do mundo das picapes do século passado estão a Ford Coupé Utility (1936), Ford F1 (1949), Ford F 100 (1953), Ford Mercury M 100 (1953), Ford F 100 (1960), Ford Ranchero (1965), Ford F 100 (1973), Ford F 150 (1977), Ford Courier (1974), Ford F 150 Ranger (1975), Ford F 150 4×4 Ranger (1979) e Ford F 1000 (1985). No ano de 1986, a Ford apresentou mudanças na identidade visual da F 1000. A última atualização da picape F 1000 saiu em meados de 1996. E, por fim, o ano de 1999 foi de transição. Ao sair de linha no final de 1998, a F 1000 preparou o terreno para sua sucessora: a também famosa e querida F 250.
Quanto à Nissan, além das versões S, SE, Attack e XE, que já eram oferecidas, agora tem duas opções no topo de linha. A Platinum ocupa o espaço que era da LE, mantendo o visual padrão da picape média e adicionando teto solar, enquanto a Pro-4X, pelo mesmo preço, aposta em um pacote visual mais aventureiro.
As minis e pequenas picapes
No Brasil, ainda não chegaram as minis picapes, como, por exemplo, a Changli CLZKC-009 do Alibaba, que pertence à marca chinesa Jiangsu Ruipaiying Import And Export. As mais populares por aqui são: Strada (Fiat), Saveiro (Volkswagen), Oroch (Renault), Toro (Fiat), Montana (Chevrolet), Santa Cruz (Hyundai) e Courier (Ford). As minis caminhonetes desta categoria são usadas, prioritariamente, para trabalho, com exceção da Toro, que é mais usada como veículo de passeio.
A mais cara das picapes brasileiras
A Ram é uma picape de porte grande fabricada pela FCA US LLC e comercializada a partir de 2011 dentro da marca Ram Trucks. O único concorrente dela no Brasil era a Ford F 250, até quando foi produzida. Ela é vendida na versão SLT. Ram Trucks, estilizada como Ram e anteriormente conhecida como Ram Truck Division, é uma marca americana de veículos comerciais leves a médios, estabelecida em 2010 como uma divisão da FCA US LLC, uma subsidiária da empresa ítalo-americana Fiat Chrysler Automóveis, atualmente Stellantis North America. Foi extraída da marca Dodge, usando o nome da linha de picapes Ram Pickup. O logotipo da Ram Trucks foi originalmente usado como logotipo da Dodge. As caminhonetes “Classic” da Ram são fabricadas na fábrica Warren em Warren, Michigan, e na fábrica de Saltillo em Saltillo, México. As picapes Ram da nova série são feitas no Sterling Heights Assembly em Sterling Heights, Michigan. A Ram Trucks foi estabelecida como uma divisão da Chrysler em 2010, como uma derivação da Dodge e usando o nome da linha de picapes Dodge Ram, que agora é vendida sob a bandeira Ram. Segundo a Chrysler, a marca Ram Trucks se concentrará em “clientes reais de caminhonetes”, em vez de compradores casuais de caminhonetes, que as compram devido à sua imagem ou ao seu estilo.
Sérgio Luis Marquez Ferreira de Souza, diretor da Ram, da Via Motors (Primavia), no alto da sua experiência no mercado de vendas da picape mais cara do mercado brasileiro, apresentou ao portal da Rede Jovem News o que esse veículo representa para o segmento e para que quem quer mais do que uma caminhonete.
Ele também adiantou que, no próximo dia 17 de agosto, a rede fará um Open Door, ou seja, um mega evento para apresentar e promover os produtos Ram, nos modelos disponíveis para o mercado brasileiro, com destaque principal para um modelo da Ram nacional, que só terá no Brasil. “Temos cinco versões, mas o Open Door será para lançar a Rampage, de cinco metros (que chega no mercado preparada para competir com as nacionais). Na pré-venda já temos um cadastro de 6.000 unidades para ser entregues”, comemora. Ele explica que são cinco versões, 2 modelos a diesel e 3 a gasolina. “A Ram 1500 a gasolina é hoje o carro mais rápido do Brasil, alcançando a velocidade de 0 a 100 km em apenas 6,9 segundos”, garante. E o valor dessa “mocinha” hoje é de R$239.900,00, com motorização V-8 flex, de 273 cavalos. Já a top de linha, a Ram 3500 Longhorn Limited Edition, de grande porte, com 6 metros (150 cavalos) está na tabela da concessionária por R$539.900,00.
Picapes no Brasil
Por aqui, caminhonetes, camionetas ou picapes vinham através de importação, novas ou usadas. Nos anos 50, Ford, Chevrolet, Willys e Dodge começaram a produzi-las localmente. Respectivamente, vieram a Ford F 75, a Chevrolet Brasil, saudosa “Marta Rocha”, a Picape Rural e a Dodge D100, que veio um pouco mais tarde. Para o nosso mercado, somente esta última trazia um motor V8 debaixo do capô. As demais traziam seis cilindros em linha – bons por sinal. E sempre movidos a gasolina. Após 1975, devido à crise internacional do petróleo, motores grandes foram trocados por quatro cilindros em linha. E os diesel quatro cilindros, ainda aspirados, também vieram. Nessa década, os produtos da Ford e Chevrolet seguiram sua evolução. A essa altura já era oferecida a Ford F 100, que um pouco depois seria F 1000, e as Chevrolet C14 e C15, posteriormente C10 e D10 (diesel). E a resistente e espaçosa Veraneio, uma interessante versão cabine dupla com 2 portas, também fazia parte da família.
As picapes fechadas
Conhecidas como SUVs – que significa Sport Utility Vehicle, ou seja, veículo utilitário esportivo, em livre tradução – as picapes fechadas, médias e grandes, são veículos que hoje também ocupam uma posição privilegiada no ranking dos veículos mais vendidos no Brasil, assim como as picapes de carrocerias abertas. Os carros dessa categoria costumam ser reconhecidos por apresentarem porte robusto, interior espaçoso e transitarem com excelente desempenho na cidade ou off-road. Segundo o levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), os SUVs mais vendidos no país, usando como referência o mês de junho/2023, são os seguintes:
- 1º lugar – Volkswagen T-Cross: (7.264 emplacamentos);
- 2º lugar – Chevrolet Tracker: (4.957 emplacamentos);
- 3º lugar – Honda HR-V: (4.810 emplacamentos);
- 4º lugar – Hyundai Creta (4.597 emplacamentos);
- 5º lugar – Fiat Pulse: (4.401 emplacamentos).
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