Desde o início da construção de Palmas, a população mantém a tradição de fazer suas refeições, principalmente o almoço, fora de casa. Isso acontece por vários motivos, principalmente porque boa parte das pessoas que trabalham no centro da capital e nas regiões centrais dos bairros, como Taquaralto e Aurenys, moram distante dos locais de trabalho. Outro motivo é a praticidade, a comodidade, o cardápio variado e até mesmo a economia. Ainda se deve levar em consideração que boa parte da população hoje é composta por pessoas que moram sozinhas e cozinhar para uma só pessoa fica caro e pode ter muito desperdício; normalmente, a pessoa tem preguiça de fazer comida, lavar louças e preparar um cardápio saudável, variado, saboroso e nutritivo.
Mesmo pessoas que vão para casa no horário de almoço, muitas vezes, preferem usar esse tempo de descanso para tirar uma soneca, ver vídeos, televisão ou estudar. Atualmente, para se ter uma funcionária do lar, que faça faxina, lave, passe e cozinhe, para grande parte da classe média é inviável economicamente, porque os custos mensais fixos envolvem salário (mínimo R$1.320,00), vale transporte, contribuição com o INSS, FGTS, alimentação, 13º, férias e outras despesas que esse tipo de contratação possa gerar na casa; isto sem considerar que, numa eventual dispensa do profissional, ocorrerão as despesas de rescisão. Se for contabilizar tudo e adicionar o combustível para almoçar em casa e voltar para o trabalho, refeições num restaurante podem ficar bem mais em conta.
Palmas é uma cidade que oferece uma imensa variedade de opções de estabelecimentos e tipos de comidas para as pessoas que comem fora de casa, em horários bastante flexíveis. É possível encontrar restaurantes, barracas, lanchonetes, bares e quiosques onde o próprio cliente se serve (sistema self service) ou sejam servidos com PF (Prato Feito); existe, ainda, a opção de comprar marmitas (marmitex), a partir de R$15,00, para comer à vontade, com um tipo de carne, que pode variar entre carne de panela, churrasco na brasa, frango ao molho, panelada, chambari, buchada, almôndegas e outras. Há, também, opções intermediárias, com restaurantes que servem 60 opções de pratos a partir de R$42,00 o quilo. Mas Palmas também tem uma grande variedade de estabelecimentos sofisticados – restaurantes, churrascarias e rotisserias – para clientes VIPs e seletivos, onde os preços de um almoço podem ultrapassar a faixa de R$150,00 por pessoa.
Os números
No ano, o aumento na alimentação fora do lar acumula alta de 1,67%, porém abaixo do índice geral, que foi de 2,09% no primeiro trimestre de 2023. Os números corroboram pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) feita em março deste ano, apontando que 60% dos bares e restaurantes não tinham conseguido aumentar os preços para acompanhar o índice geral; 32% fizeram reajustes apenas para acompanhar a inflação; 8% disseram ter conseguido aumentar acima do índice geral. Os preços das refeições populares em Palmas ainda são praticamente os mesmos dos tempos da pandemia de Covid-19; talvez seja este o fator mais evidente para o número crescente de palmenses que se mantém almoçando fora de casa.
Restaurante Comunitário
Palmas também tem dois restaurantes comunitários – no momento em fase final de reforma e ampliação – e sistema de convênios com estabelecimentos privados para fornecimento de refeições ao preço simbólico de R$3,00, no limite de três mil refeições diárias, enquanto durarem as reformas das duas unidades (centro e Taquaralto), para atendimento às pessoas carentes inscritas no Cadastro Único do governo federal. Então, o cidadão palmense não tem do que reclamar, em se tratando de alimentação, pois sobram opções, para comer e beber, ao alcance de todos os bolsos.
Fotos: Flávio Clark
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