“Mesmo sem investimentos oficiais o Tocantins tem uma cultura rica”, diz escritor Júnio Batista

Com vários livros publicados na área de história e geografia, o escritor fala da riqueza cultura tocantinense e destaca os feitos de Siqueira Campos nas atividades culturais do Estado nesta dia em que ele completaria 95 anos. Os artistas da terra perderam os espaços que tinha nos idos dos anos 90. Os festivais de músicas sumiram e as feiras literárias desapareceram junto com o fechamento de muitas livrarias em Palmas e nas grandes cidades do Tocantins.

Na manhã desta terça-feira, 1º, o portal Rede Jovem News recebeu o professor, escritor e historiador Júnio Batista do Nascimento, para uma entrevista, para falar sobre a cultura tocantinense e seus personagens: escritores, cantores, compositores, poetas, romancistas e produtores culturais. Batista aproveitou a oportunidade para dar um abraço na amiga de juventude Polyanna Marques Teixeira, diretora administrativa do Grupo Jovem de Comunicação, e matar a saudade do Edifício das Comunicações, prédio histórico de Palmas, que pode ser considerado berço da comunicação e da cultura, pois ali, a antiga Cartográfica foi onde produzia os primeiros impressos em Palmas, no início dos anos 90, onde trabalhou como diagramador ao lado grande amigo pioneiro Jairo Lourenço da Costa.

O professor Júnio Batista lembrou de grandes e importantes momentos da história cultural de Palmas. “Hoje, dia 1º de agosto, Siqueira Campos estaria comemorando 95 anos. Seria uma alegria dar a ele os parabéns pelo ser aniversário, mas infelizmente ele não está mais conosco. Falar da cultura do Tocantins é falar de Siqueira, um eterno apaixonado pelas artes, pela música, pelo capim dourado, pela poesia e pelos livros”, disse emocionado. Júnio Batista destacou o apoio que Siqueira Campos deu à Fundação Cultural do Estado, à Secretaria da Educação e Cultura do Estado, aos artistas da terra, aos escritores, companhias de teatro, aos eventos culturais, ao artesanato, à cultura e festas religiosas, às cavalgadas, ao carnaval oficial e fora de época, às temporadas de praia, ao Arraiá da Capital (criado em sua gestão em parceria com a Prefeitura de Palmas), e à realização do Salão do Livro e da FLIT (Feira Literária Internacional do Tocantins), que reuniam milhares de pessoas de todo o Brasil e tinham grandes eventos dentro da feira desses eventos.

“A riqueza cultural do Tocantins é expressa através da literatura, que reúne um grande número de escritores; na música tocantinense centenas de cantores, compositores, músicos e produtores traduzem a história, as pessoas, os lugares, os amores e a alma do sertanejo, do homem urbano, dos enamorados e casais apaixonados em sons, canções, ritmos, harmonia, cantigas, coreografias e danças”, destacou Batista. Ele também lembrou da riqueza cultural da culinária e da gastronomia tocantinenses, especialmente do Festival Gastronômico de Taquaruçu, das praças de alimentação das feiras livres e da variedade de comidas típicas produzidas e comercializadas nas festas juninas.

O escritor lamenta ver que depois de Siqueira Campos houve pouco apoio e investimento público nas atividades e eventos artísticos e culturais, especialmente na produção de materiais, conteúdos e produções permanentes, como gravações profissionais de músicas, publicação de livros e documentários e até mesmo produção de vídeos e filmes. Os artistas da terra perderam os espaços que tinha nos idos dos anos 90. Os festivais de músicas sumiram e as feiras literárias desapareceram junto com o fechamento de muitas livrarias em Palmas e nas grandes cidades do Tocantins. Júnio Batista vê essa realidade com preocupação e tristeza, porque os bons artistas das gerações passadas estão envelhecidos e indo embora, e os novos não recebem reconhecimento, motivação, apoio nem incentivo para fazer suas produções e fazer nascer novas páginas e capítulos na cultura do Tocantins.

Quem é Júnio Bastista?

Júnio Batista do Nascimento é natural de Serrinha dos Pintos, RN, mas veio para o Tocantins na adolescência, chegando em Palmas com 17 anos, onde formou-se em geografia na Unitins, no campus de Porto Nacional. Apaixonou-se precocemente pela escrita e investiu no seu sonho de se tornar um escritor. É casado com Odileia Lisboa Leite, evangélico, pai de dois filhos, Júlio Gabriel, 21, e Davi, 15 anos.

Em Palmas participou ativamente de todo processo de instalação do Estado e da construção da capital Palmas. É mestre, licenciado e bacharel em Geografia pela UNITINS, especialização em História e Geografia Regional, Educação Básica e Tecnologia na Educação, Mestrado em Geografia, professor honoris causa pela FAPAF, cidadão palmense (lei 1.472/2007) e Tocantinense (Lei Nº 3.501/2019) e membro da Academia Palmense de Letras.

Traz no seu curriculum uma longa bagagem como professor no ensino médio e pré-vestibular, quando lecionou em vários colégios. Além de ter sido pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa, da Seplan e do Sebrae, membro em mais de 20 bancas de elaboração de provas de concursos, e com mais de 50 participações em palestras e seminários discutindo temas ligados a cultura, educação e meio ambiente – onde destaca como articulista periodicamente para vários jornais, sites e revistas.

Com vários livros publicados na área de história e geografia, como: “Palmas: sua história, trajetória e conquistas”, “Tocantins: históra e geografia questões de vestibulares e concursos”, “Cerrado: nosso bioma, nossa riqueza” e “Tocantins: história e geografia” – obra que já se tornou uma referência para os postulantes aos concursos e vestibulares no Estado e já teve nove edições lançadas. Além de Tucuruí nossa história.

FOTOS: Flávio Clark

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