Craque decide; quem não faz leva e ótimo aproveitamento das escassas chances criadas. Assim foi Atlético Mineiro 1 x 2 Flamengo na noite desse sábado, 29 de julho, na Arena Independência lotada por 22,4 mil pessoas, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O resultado deixa o Flamengo na segunda posição, com 31 pontos (nove atrás do Botafogo, que joga neste domingo, e dois à frente do Grêmio, que tem duas partidas a menos), e o Galo na 13ª colocação, com 21 pontos.
Com menos posse de bola (39% x 61%), o Galo foi senhor das ações ofensivas na partida, finalizando três vezes mais que o Rubro-negro (20 x 6), mas acertando a mesma quantidade de bolas no gol (5 x 5). No entanto, das quatro defesas do goleiro carioca Matheus Cunha, pelo menos duas foram superdifíceis e os mineiros ainda acertaram uma bola na trave.
O Galo controlou as ações no primeiro tempo. Logo aos 12 minutos, Pavón cobrou falta lateral direto, surpreendendo o goleiro flamenguista, mas Allan tirou em cima da linha. Três minutos depois, na única boa jogada do Flamengo no primeiro tempo, Gabriel fica na frente do goleiro, mas pega mal na bola, facilitando a defesa de Éverson.
Depois disso, só deu Galo. Hulk cobra falta na trave e, no rebote, Jemerson cabeceia por cima. Hulk ainda deu dois chutes de fora da área, um passando muito perto. Depois de tanto tentar, o Galo abriu o placar. Saraiva recebeu no campo defensivo e lançou com perfeição para Paulinho, que invadiu a área pela direita e atirou cruzado para o fundo do gol: 1 x 0. No lance, o Flamengo reclamou falta em Bruno Henrique na saída do contra-ataque, mas nada foi assinalado.
Saraiva, poucos minutos depois, bateu forte dentro da área para defesa com os pés de Matheus Cunha. Paulinho e Zaracho ainda tiveram finalizações perigosas no primeiro tempo.
No intervalo, o técnico Jorge Sampaoli promoveu uma mudança fundamental para a transformação do rumo da partida no final do jogo. Trocou Everton Ribeiro pelo uruguaio Arrascaeta.
Antes de o uruguaio brilhar, Matheus Cunha garantiu a desvantagem pequena no placar, ao fazer duas brilhantes defesas em chutes de Pavón – aos 13 minutos e aos 18 minutos. O jogo se desenvolvia com uma melhora do Flamengo, mas nada que gerasse grande perigo ao gol do Galo, até que a arbitragem aponta falta em Arrascaeta, a um passo da área. Os jogadores do Galo reclamaram que a falta não aconteceu, mas a marcação foi confirmada. O uruguaio bateu forte pelo lado da barreira, no canto do goleiro, e empatou o jogo: 1 x 1, aos 35 minutos. Sete minutos depois, mais um lance de gênio de Arrascaeta. O uruguaio dá um passe genial para o lateral Wesley, que recebe dentro da área e atira com perfeição: 1 x 2.
No desespero, o Galo até tentou atacar nos minutos finais e nos acréscimos, mas não conseguiu criar mais nada. O time está em grande crise, com nove partidas sem vencer, sendo oito delas sob o comando do técnico Luiz Felipe Scolari (Felipão).
O Flamengo, por sua vez, é o inverso. Já são dez partidas sem derrotas, somando todas as competições.
Agressão no próprio time, polícia e revolta
No entanto, nem tudo é positivo no Flamengo. Depois do final da partida, surgiu a informação de que o preparador físico do clube, Pablo Fernandez, deu um soco na cara do atacante Pedro, por desentendimento sobre o comportamento do jogador, que ficou na reserva e não entrou no jogo. Os demais jogadores revoltaram-se e exigem a saída do profissional. Pedro foi à Delegacia de Polícia registrar ocorrência e, em texto divulgado em sua rede social, disse que esse era um estopim de várias ações da comissão técnica de Jorge Sampaoli contra ele.
Inter arranca bem, mas leva a virada e termina vaiado
Com apoio de 32 mil pessoas, o Internacional decepcionou ao perder por 1 x 2 para o Cuiabá, no Beira-Rio, em Porto Alegre, e completou a quinta partida sem vitória. Por outro lado, o Dourado está no quinto jogo seguido sem perder, com quatro vitórias nessa sequência e ultrapassou o Colorado na tabela. Agora, o Inter é 12º, com 23 pontos, e o Cuiabá nono, com 25 pontos.
O jogo teve dois tempos bem distintos. Na primeira metade, muita superioridade do Inter, que chegou a ter momentos em que a posse de bola somava 82% e praticamente só os gaúchos atacavam. No entanto, apesar da ampla superioridade, só marcou um uma vez: golaço de Bustos ao pegar um rebote, dentro da área, e cravar um chutaço espetacular no ângulo aos 16 minutos.
O Inter teve outras chegadas, quatro delas com De Pena, Wanderson, Renê e um cabeceio de Valencia. Mas a bola bateu na defesa, foi para fora ou o goleiro Walter fez grande intervenção, sempre frustrando os planos colorados. O Cuiabá, praticamente na única chegada, empatou a partida. Falta lateral cobrada com perfeição por Pablo Ceppelini para Raniele cabecear no ângulo de Sérgio Rochet: 1 x 1, aos 44 minutos.
O segundo tempo começou com o Cuiabá um pouco melhor, mas mesmo assim o domínio era colorado. Logo aos três minutos, Vitão acertou uma linda cabeçada na trave, após levantamento de Renê. Dois minutos depois, Wanderson fez grande jogada individual e, da risca da área, disparou uma bomba no meio do gol, mas o goleiro Walter espalmou e Bustos, no rebote dentro da pequena área sozinho, atirou para fora.
Depois disso, o Cuiabá começou a crescer um pouco e dar umas estocadas, mas nada de chance clara de gol. Isso até os 21 minutos, quando Gabriel Mercado faz uma falta matando contra-ataque; ele já tinha amarelo e deixou o Inter com um homem a menos. Aí a realidade do jogo mudou por completo. Os dois times fizeram alterações, mas o Inter passou a ser bem mais exposto.
Rikelme, aos 26 minutos, quase vira o jogo em chute da entrada da área que passa raspando. Um minuto depois, cabeceio fraco de Deyverson defendido por Rochet. Aos 35 minutos, um lance para ficar claro que a tarde não seria do Inter. Alan Patrick, de longa distância, atira com muita força e precisão, mas a bola explode no travessão do goleiro Walter.
Aos 42 minutos, Derik Lacerda acerta um lindo voleio de dentro da área e a bola raspou na trave. Um minuto depois, a virada mato-grossense chega com Deyverson. Contra-ataque com superioridade numérica, o atacante tabela com Denilson, que devolve para o artilheiro do Dourado atirar com perfeição de pé esquerdo: 1 x 2, placar definitivo.
Derrotado, o Inter teve ao longo da partida muito mais posse de bola (70% x 30), superioridade nas finalizações (17 x 12), mas acertou menos no alvo (4 x 5).
O Colorado terminou o jogo sob muita vaia e em total clima de desconfiança para o confronto contra o River Plate pela Libertadores, em Buenos Aires, na próxima terça-feira.
Corinthians vence e afunda Vasco mais um pouco
Sem contar com o apoio da torcida por causa da punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o Corinthians venceu o Vasco por 3 x 1 na Neo Química Arena, em São Paulo. Com o resultado, o Timão, comandado por Vanderlei Luxemburgo, foi a 19 pontos, na 14ª colocação, e começa a se distanciar da zona de rebaixamento.
Por sua vez, o Vasco, com apenas nove pontos, é o lanterna absoluto da competição e precisará fazer uma imensa campanha de recuperação, se ainda quiser fugir do rebaixamento. Atualmente, sem as partidas de domingo, os cariocas já estão seis pontos atrás do Goiás, primeiro a escapar da degola.
A partida desse sábado foi mais um duro revés no martírio interminável do cruzmaltino. O jogo começou muito equilibrado, com o Timão atacando um pouco mais, mas o Vasco também dava suas estocadas. Aos 19 minutos, porém, Renato Augusto começou boa jogada pela esquerda, enganou a marcação de dois vascaínos e abriu o jogo com Adson, do outro lado do campo, que partiu para cima da marcação e devolveu a bola nos pés do camisa 8. Com classe, Renato ajeitou de calcanhar para Maycon, que chegou em velocidade e acertou um chute sem chances de defesa para Léo Jardim: 1 x 0.
O Vasco não se desestruturou. Pelo contrário, tomou conta das ações ofensivas da partida e quase empatou em chute por cobertura de Figueredo – Cássio conseguiu defender. Aos 27 minutos, bomba de Puma Rodríguez e a bola passa rente à trave do Corinthians. O lateral teve outra boa chegada cinco minutos depois, em mais uma bola que passou perto.
O jogo foi para o intervalo com placar de 1 x 0 e o segundo tempo começou da mesma forma: Vasco atacando mais e melhor, mas sem conseguir colocar a bola dentro do gol. Aos seis minutos, chute de Orellano passou rente à trave. Aos 12, cabeçada de Sebastián Ferreira, sozinho, passou raspando.
Quem não faz toma, diz o velho ditado do futebol. Erro de passe do Vasco, contra-ataque corintiano, Ruan Oliveira avança, passa para Roger Guedes, que encontra Yuri Alberto na entrada da área. O centroavante domina, gira o corpo e atira com muita força e qualidade para ampliar o placar: 2 x 0, aos 16 minutos.
O Vasco seguiu atacando e Gabriel Pec acertou a rede, mas pelo lado de fora, em chute de dentro da área. Pouco depois, Miranda cabeceou e obrigou Cássio a defender em dois tempos. Aos 25, enfim, o Vasco descontou. Orellano fez estupenda jogada individual; arrancando do meio campo, ele passou por dois corintianos e deu um passe perfeito para Gabriel Pec, que dominou, driblou Cássio e marcou: 2 x 1.
Contudo, não deu nem para o Vasco pensar em buscar o empate. Três minutos depois, pênalti para o Corinthians, cometido por Medel ao cortar cruzamento com as mãos. Roger Guedes bateu e converteu: 3 x 1, placar final.
O Corinthians teve mais posse de bola na partida (56% x 44), muito menos finalizações (12 x 23), porém foi melhor nas conclusões no alvo (6 x 5).
Fluminense domina Santos e vence no Maracanã
Diante de 34,2 mil pessoas, o Fluminense venceu o Santos por 1 x 0 no Maracanã, no Rio de Janeiro, e chegou aos 28 pontos na tabela, ocupando a quarta colocação. Já o Peixe segue ladeira abaixo e possui apenas 17 pontos, na 15ª posição, cada vez mais perto da zona de rebaixamento.
Pela produção do jogo, o placar ficou muito barato para o Santos. Além do gol, marcado por Cano, aos 32 minutos do segundo tempo, em boa jogada em velocidade pela direita, o Fluminense perdeu um pênalti no primeiro tempo, com Léo Fernández, teve uma cabeçada raspando a trave com Yony González e uma bola tirada em cima da linha pela defesa do Santos depois que o jogo já estava 1 x 0. O goleiro João Paulo, capitão do Santos, fez oito defesas.
Ao longo da partida, o Tricolor Carioca foi dono quase completo da posse de bola (72% x 28%), teve muito mais finalizações (15 x 3) e acertos no alvo (9 x 0).
Jogo maluco de seis gols em Curitiba
Athletico Paranaense 3 x 3 Cruzeiro, na Ligga Arena com 23,7 mil pessoas, foi a partida mais movimentada da rodada até agora. O resultado deixou o Furacão com 27 pontos, na sétima colocação, e os mineiros em décimo, com 23 pontos.
O placar tão grande mostrou imenso aproveitamento das chances reais de gol dos dois times. O Cruzeiro abriu 0 x 2, com dois gols de Arhur Gomes – um aos oito minutos, aproveitando jogada trabalhada em cobranças de escanteio, e o outro aos 37 minutos, após cruzamento rasteiro pela direita de Wesley, que se beneficiou de enorme vacilo na saída de bola do Athletico. O Furacão descontou aos 41 minutos, com Madson, que ficou com um rebote de falta lateral dentro da pequena área e atirou para o gol.
A partir desse gol, o Furacão melhorou. O empate quase chegou em cobrança de falta de Canobio, que passou perto. No segundo tempo, seguiu a pressão paranaense; Canobio criou uma grande jogada, lançou para ponta direita dentro da área, a bola é escorada para Pablo que, de dentro da pequena área, perde o gol. Aos 33 minutos, a mesma jogada, mas desta vez Pablo finaliza bem: 2 x 2. Aos 36 minutos, bom lançamento para Wesley, que atira com perfeição da entrada da área: 2 x 3, Cruzeiro na frente.
O Furacão seguiu lutando muito e Canobio invadiu a área, ficou cara a cara com o goleiro Rafael e foi derrubado: pênalti! Fernandinho cobrou forte e empatou: 3 x 3, aos 42 minutos da segunda etapa.
Assim como o placar, os principais indicadores do jogo foram equilibrados, com um pouco mais de posse de bola para o time da casa (53% x 47%) e quase o mesmo número de finalizações (15 x 14) e de conclusões certas (5 x 4).
Bragantino atropela Fortaleza no Ceará
Com gols de Luan Cândido, aos 23 minutos do primeiro tempo, Bruninho, aos 24 da segunda etapa, e Thiago Borbas nos acréscimos, o Bragantino venceu o Fortaleza por 0 x 3, no Castelão, na capital cearense, diante de 26,1 mil pessoas.
Além dos gols, a segunda metade do primeiro tempo foi decisiva para o placar. O Fortaleza teve quatro chances dentro da área, de frente para o goleiro adversário, para empatar a partida parcialmente e desperdiçou todas.
Ao longo do jogo, os visitantes tiveram mais posse de bola (45% x 55%), mais finalizações (10 x 22) e acertaram muito mais no alvo (2 x 11). O Leão do Pici está 11ª posição com 23 pontos, enquanto o time da Red Bull é o sexto com 28 pontos.
Jogos e transmissões deste domingo
Neste domingo, 30 de julho, São Paulo e Bahia enfrentam-se às 11 horas, no Morumbi, na capital paulista, com transmissão apenas do Premiere. Às 16 horas, o líder Botafogo recebe o Coritiba, no Nilton Santos (Engenhão). O jogo promete ser bem difícil, pois o Coxa Branca vem de quatro partidas sem perder (três vitórias nessa sequência). Para o Tocantins, essa partida só estará disponível no Premiere.
No mesmo horário, o América recebe o Palmeiras, na Arena Independência, em Belo Horizonte. A partida terá transmissão da Globo (TV Anhanguera) para todo o Tocantins.
Às 18h30, no Estádio Hailé Pinheiro (Serrinha), em Goiânia, o Goiás receberá o Grêmio, em partida que terá transmissão do Sportv.
Confira, abaixo, os melhores momentos das seis partidas desse sábado:
Athletico Paranaense 3 x 3 Cruzeiro
Corinthians 3 x 1 Vasco da Gama
Atlético Mineiro 1 x 2 Flamengo
Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo, Assessoria Cuiabá, Marcelo Gonçalves/Fluminense, Ari Ferreira/Bragantino e Rodrigo Coca/Agência Corinthians
