No dia 23 de julho, o presídio Barra da Grota, em Araguaína, foi palco de um trágico acontecimento envolvendo Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, um suspeito de participação em aproximadamente 50 mortes na capital. Dad Charada havia sido preso no Rio Grande do Sul e transferido para o Tocantins em 11 de julho, mas sua detenção foi breve, pois em 23 de julho ele foi encontrado morto em sua cela.
Inicialmente, a informação indicava que o detento teria tirado a própria vida, conforme constatado no atestado de óbito. No entanto, a família não aceita a hipótese de “suicídio”, uma vez que Charada vinha recebendo ameaças. Diante disso, um laudo realizado pelo Instituto Médico Legal de Araguaína não foi suficiente para dissipar as dúvidas, levando os advogados Zenil Drumond e Iago Augusto Marinho a solicitarem, judicialmente, um novo exame, desta vez realizado pelo IML de Palmas. O corpo do detento permaneceu sendo velado por três dias, até ser finalmente sepultado na quinta-feira, 27.
A abertura de uma sindicância foi determinada por ordem do secretário de Cidadania e Justiça, Deusiano Pereira de Amorim, com o objetivo de investigar a conduta dos servidores envolvidos e os eventos que levaram à morte de Dad Charada. A sindicância será conduzida pela Comissão Permanente de Procedimentos Disciplinares e Sindicância, a qual terá total acesso ao setor em questão e a toda documentação relevante para a elucidação dos fatos, bem como poderá coletar depoimentos e outras provas necessárias.
O prazo estabelecido para a conclusão da apuração dos fatos é de 30 dias, podendo ser prorrogado, se necessário. Em comunicado oficial, a Secretaria da Cidadania e Justiça do Tocantins destacou que a sindicância tem como objetivo investigar a pronta adoção de todas as medidas protocolares previstas em casos de mortes de custodiados dentro do sistema prisional, como o ocorrido com Carlos Augusto Silva Fraga.