Dados divulgados esta quarta-feira pelo Observatório Venezuelano de Finanças (OVF) dão conta de que a Venezuela entrou de novo num ciclo de recessão, ao ter registado dois trimestres consecutivos de contração da atividade económica.
“O Índice Mensal de Atividade Económica registou uma queda de 7,6% durante o primeiro trimestre de 2023 e de 6,3% no segundo trimestre”, explica um comunicado do OVF divulgado em Caracas.
“Ao comparar o primeiro semestre de 2023 com o mesmo período de 2022, a atividade económica contraiu-se 7%”, precisa o observatório.
Segundo o OVF a queda do nível de atividade económica “ocorreu num contexto de aumento da produção petrolífera, que não conseguiu compensar as quedas observadas nos fatores que determinam o comportamento da procura agregada interna”.
Assim, “as despesas públicas reais, representadas pelas existências no Tesouro Nacional, o crédito bancário” verificado, “as vendas do comércio em termos reais e, consequentemente, as receitas do IVA, registaram todas uma contração”.
O OVF relaciona a debilidade da procura da economia com “pelo menos dois elementos importantes”: baixos salários e pensões, e o nível exigido de reservas bancárias, que limita financiamento à economia.
O “nível significativamente baixo dos rendimentos dos trabalhadores do setor público, incluindo mais de quatro milhões de reformados que ganham menos de cinco dólares mensais da Segurança Social” e “a política de reservas bancárias obrigatórias de 75%, que inibe qualquer financiamento aos sectores económicos que podem movimentar a economia a curto prazo” são os dois fatores apontados pelo OVF.
Fonte: dn.pt