Mauro Carlesse é condenado por uso de bloqueador de celular clandestino no Palácio Araguaia; defesa recorre da decisão

Condenado a pagar multas e ficar impedido de ocupar cargo ou qualquer atividade pública ou mandato eletivo por dois anos e quatro meses, Mauro Carlesse foi condenado pelo uso de bloqueador de celular clandestino no Palácio Araguaia durante o seu governo. O bloqueador de sinais telefônicos móveis foi apreendido pela Polícia Federal no gabinete do governador, no dia 14 de junho de 2018.

 

A defesa do ex-governador Mauro Carlesse informou que recorreu da decisão, argumentando que o aparelho já estava no gabinete do governador, quando este assumiu o mandato. A apreensão, em 2018, ocorreu durante investigação do uso da máquina pública nas eleições daquele ano. A PF cumpria mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Eleitoral. Na época, havia uma Portaria, expedida pela Casa Militar, que proibia a entrada de aparelhos celulares ou outros dispositivos eletrônicos no gabinete do governador, no Palácio Araguaia. Os visitantes eram obrigados a deixar os seus celulares, tablets e similares com um policial militar posicionado na recepção do gabinete.

 

Em sua defesa, Mauro Carlesse argumentou que as provas do uso de bloqueador de sinais telefônicos eram ilícitas e que o aparelho já estava instalado no Palácio Araguaia quando assumiu o governo, após cassação do seu antecessor, Marcelo Miranda, em março de 2018. Carlesse, durante o processo de investigação, declarou inocência em seu depoimento à PF, assim como Marcelo Miranda, que negou ter conhecimento sobre o uso de bloqueador de celular no gabinete do governador do estado.

 

Defesa entrou com recurso

A defesa de Mauro Carlesse vai recorrer da decisão. O advogado Juvenal Klayber informou que “as provas produzidas em audiência de instrução deixaram claro que o aparelho já estava no gabinete, quando este assumiu o governo e a própria Polícia Federal admitiu que o bloqueador não estava funcionando quando da busca e apreensão. Portanto, respeitamos a decisão, mas já estamos entrando com recurso”, afirma.

 

Foto: Arquivo do Governo do Tocantins

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