O Tocantins está entre os estados do país que tiveram alta de mortes violentas intencionais, em 2022, em comparação com o ano anterior; o percentual é de 5,5%, conforme dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), na última quinta-feira, 20 de julho. São consideradas mortes violentas não intencionais aquelas decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, intervenção policial e morte de policiais.
“E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado. Facções como o PCC e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem”, destaca a supervisora do Núcleo de Dados do FBSP, Isabela Sobral.
Segundo a supervisora, com o Tocantins há mais 11 estados com aumento na taxa. “Ou seja, é preciso observar o contexto dos estados para que a gente consiga a redução de uma forma mais uniforme no país”, pontuou.
Por outro lado, a taxa de mortes violentas intencionais caiu 2,4% no país, em 2022, na comparação com 2021; passou de 24 a cada 100 mil habitantes em 2021, para 23,4 a cada 100 mil no ano passado. Em números absolutos, a quantidade caiu de 48.431 em 2021, para 47.508 em 2022 – a menor desde 2011, o primeiro ano da série histórica do fórum.
Perfil
O perfil das vítimas de mortes violentas intencionais não se alterou, significativamente, no ano passado na comparação com o anterior. Os dados do FBSP mostram que, em média, 91,4% das mortes violentas intencionais vitimaram homens, contra 8,6% de mulheres. Já em relação a óbitos em intervenções policiais, 99,2% das vítimas eram do sexo masculino.
Em relação ao perfil étnico-racial das vítimas de MVI em 2022, 76,5% eram negros. Segundo o FBSP, os negros são o principal grupo vitimado pela violência, independentemente da ocorrência registrada, e chegaram a ser 83,1% das vítimas de intervenções policiais.
Mesmo entre os latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, a vitimização de pessoas negras é maior do que a participação proporcional delas na composição demográfica da população brasileira.
Com informações da Agência Brasil
Foto: 5ª DPC – Palmas