Desde que surgiu a eletrônica no Brasil, com a chegada dos primeiros rádios, no início do século passado (em 7 de setembro de 1922, durante a comemoração do centenário da Independência, brasileiros ouviram, pela primeira vez, uma transmissão de rádio), surgiram também as profissões ligadas ao conserto de equipamentos e aparelhos eletrônicos. Depois, em 1950, chegaram os aparelhos de televisão e, logo em seguida, muitos outros equipamentos eletrônicos; dentre eles, instrumentos musicais (guitarras, contrabaixos eletrônicos, órgãos, sintetizadores e teclados), computadores, scanners, impressoras, calculadoras, relógios digitais, video games, celulares e uma infinidade de outros equipamentos eletrônicos de baixa e alta complexidade.
Há mais de 100 anos, técnicos em eletrônica, eletrotécnicos e outras profissões ligadas à recuperação e ao conserto de equipamentos eletrônicos sempre tiveram mercado de trabalho garantido e excelentes rendimentos pelos serviços profissionais prestados. Nos últimos 50 anos, eles foram formados por diversas escolas técnicas, como o Instituto Universal Brasileiro, o Instituto Padre Reus, as Escolas Associadas, dentre outras, que ministravam cursos por correspondência.
Depois, instituições como o SENAI e o Sesc, dentre outras, também passaram a formar profissionais ligados ao mundo da eletroeletrônica.
Nos últimos anos, muitos profissionais são formados através de vídeos em plataformas como o YouTube e cursos online disponíveis na internet, que ensinam passo a passo e por meio de tutoriais como consertar centenas de aparelhos e instrumentos eletrônicos.
Na era da modernidade, como é chamada a que se vive no momento, o trabalho dos técnicos em eletrônica continua cada vez mais em alta, é rentável e, razoavelmente, fácil de fazer, resumindo-se, na maioria das vezes, em substituição de peças, alguns pontinhos de solda ou troca de placas.
Com a popularização dos aparelhos de telefones celulares, o número de profissionais que trabalha na área de consertos desses equipamentos cresceu vertiginosamente. Mesmo assim, não falta trabalho para nenhum deles, porque os celulares, os chamados mobiles, precisam de consertos e reparos constantemente, assim como os equipamentos eletrônicos, de informática e muitos outros.
Hoje, é possível montar uma pequena oficina de conserto de computadores, impressoras, instrumentos musicais e celulares dentro da própria casa, e ali, com pouquíssimas ferramentas e baixíssimos investimentos, trabalhar independentemente e faturar bem mais do que numa atividade convencional, com carteira assinada.
O jovem Kayk Vinícius da Conceição (foto), especialista em consertos de telefones celulares e equipamentos eletrônicos, que trabalha numa loja na feirinha dos importados, em Palmas, TO, disse que, na capital, existem, aproximadamente, 584 profissionais nesse segmento, enquanto no Tocantins o número de técnicos em consertos de celulares ultrapassa 1.500, segundo os distribuidores de peças. Mesmo assim, ainda há espaço para novos profissionais.
Foto: Flávio Clark