Ucrânia já recebeu as bombas de fragmentação americanas e Putin manifesta-se

Pentágono confirma entrega de uma versão das controversas munições com menor taxa de danos colaterais. Presidente da Rússia diz que nada muda

Já estão na Ucrânia as primeiras bombas de fragmentação prometidas pelos Estados Unidos para ajudar na contraofensiva à invasão russa. A confirmação partiu do Pentágono e teve eco em Kiev.

Este tipo de munição, que integra pequenos explosivos que se espalham antes de atingir os alvos e permitem propagar o impacto do projétil, são vistos pelos EUA como essenciais para reforçar a contraofensiva ucraniana perante a ocupação russa.

A versão americana cedida à Ucrânia destas bombas de dispersão, de uso proibido por mais de 100 países, incluindo Portugal, tem uma reduzida “taxa de insucesso”, o que significa que há menos dos pequenos explosivos que se espalham que ficam por deflagrar, o que representa outros dos grandes perigos colaterais para civis deste tipo de munições.

Após visitar o mais recente membro oficial da OTAN, a Finlândia, o Presidente dos Estados Unidos falou de Vladimir Putin e deixou a convicção, ainda sem reflexo visível no terreno, de que “não há possibilidade de ele ganhar a guerra na Ucrânia”.

“Ele já perdeu a guerra. A minha esperança a expetativa, como vão poder ver, é que a Ucrânia consiga significativos progressos na sua ofensiva e isso leve a um acordo negociado ao longo do caminho”, perspetivou Joe Biden, em Helsínquia, capital do 31.° membro do Tratado da Aliança do Atlântico Norte e atualmente aquele que partilha a maior fronteira terrestre com a Rússia.

As expetativas de Joe Biden não encontram eco, no entanto, entre as tropas ucranianas. Um convite formal para aderir à NATO não surgiu na cimeira de Vilnius como desejava Kiev, mas outros passos foram dados por alguns dos membros da Aliança, como sublinhou o Presidente da Ucrânia, na habitual mensagem difundida à noite praticamente todos os dias desde o início da invasão russa.

A Declaração Conjunta de Apoio à Ucrânia partiu do G7, do qual faz parte como membro não numerado a União Europeia, está a crescer e isso prevê garantir proteção militar aos ucranianos até à desejada adesão formal à OTAN.

“Um dia apenas após Vilnius, seis países já se juntaram às sete maiores democracias do mundo, com as quais acordámos garantias de segurança. Chéquia, Dinamarca, Países Baixos, Noruega, Espanha e Suécia, obrigado”, disse Volodymyr Zelenskyy, “confiante de que o número de fiadores vai aumentar”.

Na Rússia, o Presidente Vladimir Putin visitou um Fórum de Tecnologia e respondeu a algumas perguntas, com argumentos entretanto publicados na página de Internet do Kremlin.

O líder russo e principal instigador da invasão da Ucrânia, sob pretexto de proteger os cidadãos falantes de russo e “desnazificar” o país vizinho, apelou ao desenvolvimento tecnológico russo para melhorar a proteção da soberania da Federação que preside.

Putin criticou a eventual adesão da Ucrânia à OTAN e procurou assegurar os apoiantes de que isso não ajudará a proteger a Ucrânia.

Pelo contrário, defendeu Putin, insistindo na retórica com que justificou a invasão do país vizinho, a entrada da Ucrânia na Aliança atlântica irá tornar o mundo mais vulnerável e provocar mais tensões internacionais.

Fonte: euronews.pt

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