Uma operação guardada a sete chaves, batizada pela Polícia Civil do Tocantins de Operação Gotham City, resultou na prisão do principal suspeito de articular pelo menos 50 assassinatos em Palmas. Os policiais civis chegaram até o suspeito após longos dias de investigações. Dad Charada estava em um apartamento na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Imediatamente, a Polícia Civil da região foi acionada. Iniciou-se uma corrida contra o tempo e com o máximo de sigilo para o transporte do suspeito até Palmas, Tocantins. Ele chegou de avião na tarde dessa terça-feira, 11, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa e, em seguida, passou por exames no IML, sendo, depois, conduzido até a Casa de Prisão Provisória de Palmas.
As investigações apontaram que Charada começou no mundo do crime com desmanche de motos e venda de drogas. Por vários anos, ele pertencia a uma facção paulista e, depois, mudou para um grupo rival carioca. Iniciou-se uma guerra sangrenta, com várias mortes pela cidade, na disputa por território. A venda de drogas também era feita através da internet, com direito a página em redes sociais e atendimento on-line.
Os policiais conseguiram mapear um faturamento de cerca de R$100 mil em uma única semana com as vendas de drogas. Eles descobriram, também, que havia um plano para matar cerca de 100 pessoas até o final deste ano e que o próximo grande alvo – um rival – seria morto com uma bomba.
“A gente trabalha muito para devolver para a sociedade palmense a sensação de segurança. O recado para os malfeitores é que ninguém desafia o estado e nós estaremos trabalhando incansavelmente para combater qualquer tipo de ação que vá contra os cidadãos de bem”, disse o delegado Eduardo Menezes.
Dad Charada, de 30 anos, havia fugido para o sul do país e pretendia ir para Portugal. Ele segue preso, à disposição da justiça. Segundo o delegado Eduardo Menezes, eles chegaram no suspeito durante investigações dos homicídios que vêm ocorrendo na capital.
A defesa que representa Dad Charada disse, quanto ao mandado que o capturou, que o suspeito é inocente e não teve acesso à maioria dos inquéritos.
Fotos: Secom/Governo do Tocantins