Texto: Daniel Machado e Adriana Borges
José Wilson Siqueira Campos sempre foi um homem de temperamento forte. Como seu filho Eduardo Siqueira Campos explica, não era uma pessoa de conciliar, mas de transformar. O legado dele com a criação do Tocantins deixa claro isso. O Estado segue transformando a vida de milhares e milhares de pessoas que chegam nestas terras em busca de melhores oportunidades.
Na vida pessoal, Siqueira Campos gostava muito de futebol e tinha uma grande paixão: o Flamengo, clube de maior torcida do país com cerca de 30 milhões de apoiadores. Ele gostava de ver os jogos do time e torcia, torcia muito pelo sucesso do clube. Nos últimos anos, essa torcida trouxe muita satisfação, pois o Rubro-Negro carioca coleciona títulos importantes desde 2019 – duas Libertadores, dois campeonatos brasileiros e uma Copa do Brasil.
Durante seu último governo em dezembro de 2012, Siqueira Campos recebeu os ídolos Rubro-Negro Nues e Uidemar. Naquela época, o Flamengo era bem longe de ser a potência esportiva atual. “O esporte e a educação são meios de tirarmos crianças das ruas e afastá-las do risco das drogas e da criminalidade”, pontuou, ao ser informado sobre um projeto social e esportivo que os ex-jogadores planejavam para o Tocantins.
Em 2000, Siqueira inaugurou o principal estádio do Estado, o Nilton Santos, em Palmas. Conforme reportagem do Ge.com publicada nesta quarta-feira, 5 de julho, esse não era o nome original da praça esportiva e sim “Estádio Estadual de Palmas”. Siqueira não gostou do nome, que foi modificado três dias antes da inauguração em 12 de outubro, e trocado Estádio Nilton Santos.
Falecido em 2013, Nilton Santos, apelidado de a “Enciclopédia do Futebol” por causa do grande conhecimento do jogo e atleta em quatro copas do mundo, sendo duas delas com títulos, esteve presente na inauguração e foi homenageado. O evento ainda teve um amistoso da seleção Brasileira Sub-20 contra uma seleção de atletas do Tocantins. A partida terminou 2 x 2.
Pão de queijo, bebidas e leite
Siqueira gostava muito de pão de queijo. A iguaria era servida sempre em sua casa, nas reuniões políticas, acompanhada de café, chá e água. O político nunca foi afeito a muito consumo de bebida alcoólica. Às vezes, até tomava cerveja preta, mas em pouca quantidade, ou uma taça de vinho. Aliás, ao mesmo tempo que era um adversário duro na política para qualquer um, no vinho a preferência era por um cálice da bebida do Porto, adocicado é ideal para acompanhar sobremesas.
Antes de dormir, Siqueira Campos era adepto a um copo de leite gelado. E ele gostava de tomar esse leite no copo americano, assim como preferia o café. Acostumado a estar em solenidades e locais, como embaixadas e palácios de países estrangeiros, Siqueira tomava café em xícaras de porcelana rara, mas, em casa, era em um copo americano que ele preferia o seu café em pó coado. São lembranças que marcarão para sempre quando se falar na simplicidade de Siqueira Campos.
Livros e rádio
Siqueira Campos tinha alguns hábitos que se tornaram conhecidos dos mais próximos: amava livros e rádio. Sempre tinha um aparelho de rádio em seu quarto. Eram aparelhos daqueles de antena, portáteis, mas não pequenos, que sintonizavam as rádios AM de todo o país. Em sua casa colecionava antiguidades em aparelhos de rádio feitos em madeira, que hoje, são peças de decoração para muitos. Segundo contam os familiares mais próximos, Siqueira acordava muito cedo, antes do sol nascer, e ligava o rádio para ouvir notícias e amava quando tocava músicas de Cartola ou Orlando Silva, cantores pelos quais guardava estima.
Os livros eram dos mais variados temas. Muitos amigos, ou até pessoas recém conhecidas, ganharam livros de presente dados por Siqueira Campos. Ele não hesitava em tirar um dos seus, da estante que tanto cuidava com zelo, para entregar a quem ele achasse que deveria presentear. Siqueira chegava a recitar alguns poemas, como os do paraibano Augusto dos Anjos.
Fotos e vídeos: Reprodução e Arquivo pessoal