Ainda é inexpressivo, na economia de Palmas, o número de “empresas de fundo quintal”

Em muitas cidades de médio e grande portes o número de “empresas de fundo de quintal” e “fábricas de fundo de quintal” é bastante expressivo. No entanto, a era das “Pequenas Empresas, Grandes Negócios” nunca chegou em Palmas, TO. A cultura dos negócios de fundo de quintal, tão populares em outras cidades, ainda não conquistou os palmenses.

As expressões “empresas de fundo de quintal” ou “fábricas de fundo de quintal” são utilizadas para falar sobre pequenos negócios, fabriquetas ou lugares que contêm funcionários sem muita experiência. Também chamadas de “empresas familiares”, ficam no fundo de casa, sem licença para trabalhar ou até mesmo registrada como MEI (Micro Empreendedor Individual), figura jurídica que surgiu em 2008, com a Lei nº 128, buscando formalizar trabalhadores brasileiros que, até então, desempenhavam diversas atividades sem nenhum amparo legal ou segurança jurídica, ou seja, na clandestinidade ou na informalidade.

Em muitas cidades de médio e grande portes o número de “empresas de fundo de quintal” e “fábricas de fundo de quintal” é bastante expressivo e suas atividades têm significativa participação na economia local e na geração de postos de trabalho, informais e com carteira de trabalho assinada.

Nessas cidades, muitas empresas que nasceram em fundo de quintal cresceram e conquistaram seu espaço entre as grandes lojas e fábricas. Normalmente, esses pequenos negócios, quase invisíveis economicamente e pela fiscalização tributária, são fabriquetas de roupas, calçados, acessórios de moda, ateliê de costura, fábricas de temperos e condimentos, doces, bolos e pães caseiros, pequenos móveis, perfumes artesanais, artesanatos, salões de beleza, bronzeamento artificial, oficinas de tatuagens, brechós, consertos de computadores ou de relógios, consertos de calçados e malas de viagem, escritórios de computação gráfica, escolinhas de reforço escolar, oficinas de pintura, escolas de música, fábricas de souvenirs, desinfetantes, sabão caseiro e detergentes artesanais, ourivesarias e fábricas de alianças, oficinas de bordados,  sex shop, oficina de serigrafia, estúdios de gravação, estúdio de produção e edição de vídeos, inúmeras atividades home office, podcasts, fábrica de artefatos de cerâmica, barro e cimento, manufatura e embalagem de guloseimas para vender nas feiras ou nas ruas, pequenas indústrias não-poluentes, enfim, uma variedade de segmentos que atuam no mercado informal.

Os donos desses pequenos empreendimentos conseguem tirar deles o sustento da família e, às vezes, até gerar alguns postos de trabalho para a vizinhança. Em todas as regiões do Brasil as “empresas de fundo de quintal” fazem parte da economia local, da história de vida das pessoas e até mesmo do cenário dos bairros residenciais e das periferias das cidades. Muitas pessoas, ao perderem o emprego devido às constantes crises no Brasil, encontraram uma saída para obter renda mensal sem sair de casa. Elas investiram em pequenos negócios no quintal, na garagem ou num cômodo de casa e, com isso, provaram que, para ganhar dinheiro, não é preciso grandes estruturas nem muito capital.

As pequenas fábricas de fundo de quintal ainda são uma excelente opção para quem não conta com muito capital, mas pretende montar seu próprio negócio. Sem sair de casa, é possível montar algum tipo de negócio, usando a criatividade. Entretanto, os especialistas em gestão empresarial, contadores e economistas alertam que, para obter sucesso, é necessário planejamento, um pouco de experiência na atividade que pretende exercer, coragem e garra.

A cultura dos negócios de fundo de quintal, tão populares em outras cidades, ainda não conquistou os palmenses. A cidade tem pouquíssimos negócios dessa natureza. Mesmo nos bairros da periferia da cidade, há poucos estabelecimentos que podem ser caracterizados como “empresas de fundo de quintal” ou “fábricas de fundo de quintal”. A cultura empresarial de Palmas é diferente da cultura das outras regiões do país. E, por não ter nenhum órgão, instituição ou entidade para organizar, fomentar, promover e incentivar o crescimento desses pequenos negócios, eles não aumentam na capital do Tocantins. A era das “Pequenas Empresas, Grandes Negócios” nunca chegou na economia palmense.

Foto: Flávio Clark

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