As taxas brutas e ajustadas de incidência por neoplasia maligna da mama, por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2023, para o Tocantins é de 320 casos, conforme aponta relatório do Instituto Nacional de Câncer (INCA) atualizado no último dia 12 de junho, sendo o segundo Estado da região Norte (Tocantins – 35,72) com maior incidência, ficando atrás somente de Rondônia (36,99) na taxa ajustada.
Segundo especialistas do Ministério da Saúde, os principais fatores de risco que não podem ser alterados são: sexo, idade, etnia, histórico familiar, idade da menarca (primeira menstruação) e da menopausa; idade do primeiro filho e número de filhos, dentre outros. No Brasil, para o ano de 2023, foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2022).
O relatório revela ainda que o número de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos realizadas
no SUS, de 2016 a 2021, foi de 4.901 em 2021, um número significativo, entretanto é o quarto da região Norte que menos realiza o procedimento: Pará (29.508), seguido por Amazonas (13.687), Rondônia (6.662). Um dos fatores apontados pelo estudo para baixa procura de mulheres na realização do exame é o isolamento da Covid-19, entre 2020 e 2021.
Estudo
Apesar da considerável incidência de casos de câncer de mama para 2023, um grupo de dez pesquisadores das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Federal Fluminense (UFF) depositou nesta sexta-feira, 30 de junho, patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para tratamento contra o câncer de mama.
O estudo descreve o desenvolvimento de um novo composto sintético direcionado à proteína conhecida como p53 quando ela apresenta mutação. Os testes realizados apontaram para essa substância capaz de reverter a função da proteína mutada. A patente é fruto de duas teses de doutorado da UFF e da UFRJ.
Especialista
O professor da Faculdade de Farmácia da UFF, Vitor Ferreira, que integra o grupo de pesquisadores, explicou à Agência Brasil que a proteína p53 “supostamente” deveria ser a guardiã do genoma humano. O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb) e professor da UFRJ, Jerson Lima, disse que essa proteína atua como protetora do DNA, suprimindo o aparecimento de tumores. Quando, porém, ela sofre uma mutação dentro do organismo, perde sua função protetora e passa a estimular o crescimento do tumor e a torná-lo mais resistente a drogas.
“Ela passa a trabalhar contra e essa célula passa a ser uma célula tumoral”, explicou Ferreira. “Em mais de 90% das células tumorais, a proteína p53 sofre mutação e perde a função dela”, sustentou. O tipo de tumor de mama usado na pesquisa pelo grupo é chamado tumor negativo.
A pesquisa recebeu financiamento de R$ 2 milhões, divididos meio a meio entre a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Um artigo de revisão do trabalho foi publicado esta semana no periódico internacional Chemical Review.
Com informações do INCA e da Agência Brasil
Foto: Heitor Iglesias/Governo do Tocantins