Às primeiras horas da manhã, as equipas de emergência ainda procuravam sobreviventes entre os escombros do restaurante Ria Pizza em Kramatorsk, no leste da Ucrânia. Mísseis russos atingiram o centro da cidade em plena hora do jantar.
No restaurante morreram pelo menos oito pessoas, incluindo três crianças. Mais de meia centena de feridos foram assistidos no local ou transportados para o hospital.
Quem testemunhou o momento, não o esquece. “Estávamos os quatro sentados num restaurante e estava tudo bem, e de repente, bum. Segue-se um silêncio, há sangue por todo o lado, vidros, pessoas na rua, até crianças com sangue,” conta Franki, um residente de Kramatorsk.
Escritora ucraniana entre os feridos graves
Victoria Amelima, romancista de 37 anos, com obras foram traduzidas internacionalmente “encontra-se em estado crítico com um ferimento no crânio”, de acordo com as autoridades ucranianas.
Amelima jantava com um três colombianos de visita cidade. O escritor Hector Abad, o político Sergio Jaramillo e a jornalista Catalina Gomez, correspondente na Ucrânia do diário El Tiempo, sofreram apenas ferimentos ligeiros
Para além do restaurante, ficaram danificados apartamentos, lojas, carros, uma estação de correios e vários outros edifícios, segundo o governo ucraniano.
Situada a oeste de Bakhmut, a cidade devastada que foi palco da batalha mais longa e sangrenta da guerra, Kramatorsk foi várias vezes alvo de bombardeamentos russos.
O mais mortífero teve como alvo a estação ferroviária de Kramatorsk, em abril de 2022, matou 61 pessoas e feriu mais de 160. Aconteceu num momento em que uma multidão de civis tentava abandonar a cidade.
Alvos civis, denuncia Kiev
Mais a sul, em Kherson, um supermercado ficou completamente destruído durante um ataque russo.
As autoridades ucranianas acusam a Rússia de destruir deliberadamente residências, edifícios de escritório e de comércio. Uma tática, diz Kiev, para isolar a população.
O Presidente ucraniano voltou a condenar os ataques contra civis e pede a derrota e o julgamento das autoridades russas.
Na comunicação oficial do Ministério russo da Defesa, nem uma palavra sobre estes ataques. Também não há registo de movimentações ofensivas, só da neutralização de sete ataques ucranianos.
Fonte: euronews.pt