Há algumas décadas, quando as mulheres começaram a tirar carteiras de motorista (CNH) e conquistar independência em sua mobilidade, havia muitas piadinhas de mau gosto, com forte teor machista e discriminatório, como, por exemplo, mulher no volante, perigo constante! Mas elas não se deram por vencidas; despojaram-se do medo, da insegurança e da timidez, ignoraram o machismo e as piadinhas e ganharam as ruas e estradas.
Os choferes de caminhões começaram a ter que dividir o volante, as ruas, as estradas, os estacionamentos e o banco do motorista com as “choferas” – neologismo que mistura a palavra chofer com a palavra fera, simbolismo que remete a animal valente, forte, selvagem.
Hoje, praticamente 40% dos veículos são conduzidos por mulheres – experientes, capacitadas e excelentes condutoras. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), existem 77,5 milhões de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) ativas, das quais 50,3 milhões (65%) pertencem ao sexo masculino e 27,2 milhões ao feminino (35%).
Ainda não é muito comum, mas aqui e acolá se vê mulher dirigindo ônibus, caminhões, carretas, bitrens e máquinas; transportadoras, autoescolas e agro já estão contratando um grande número de pessoas do sexo feminino como motoristas, instrutoras de trânsito e operadoras de máquinas agrícolas. Motoristas de aplicativos e taxistas mulheres também já representam um percentual considerável.
A mulher conquistou diversas posições na sociedade e na vida – o famoso empoderamento. Também conquistou o respeito e a confiança no trânsito, inclusive das autoridades que cuidam da segurança das ruas e estradas do Brasil, como a Polícia Rodoviária Federal, por exemplo. Ninguém mais tem medo de andar num veículo dirigido por mulher. Isso também pode ser chamado de empoderamento da mulher no volante.
Fotos: Flávio Clark/Divulgação
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