Submergível Titan sofreu “implosão catastrófica” e resgate busca corpos

Confirmada a morte dos cinco ocupantes do submergível de turismo Titan, perto dos escombros do Titanic, no Atlântico Norte. As atenções viram-se agora para a recuperação dos restos mortais, uma tarefa complicada com resultado incerto.

A guarda-costeira norte-americana e a OceanGate Expeditions confirmaram que o submergível sofreu uma “implosão catastrófica”.

Contra-Almirante John Mauger, Comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira dos EUA:“No fundo do mar, o ambiente é incrivelmente implacável e os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica do aparelho. Por isso, vamos continuar a trabalhar e a procurar na zona, mas não posso dar uma resposta nem fazer previsões neste momento”.

O Wall Street Journal revelou ontem que a Marinha dos Estados Unidos detectou logo no domingo, pouco depois da perda de contato com o submergível, um sinal que indicaria a provável implosão do Titan.

A bordo seguiam o patrão da OceanGate, Stockton Rush, o multimilionário britânico Hamish Harding, o especialista em naufrágios francês Paul-Henri Nargeolet e os britânico-paquistaneses Shahzada e Suleman Dawood, pai e filho e membros de uma das famílias mais ricas do Paquistão.

O “campo de destroços” foi encontrado perto da zona em que se encontra o que resta do Titanic, a menos de 500 metros do navio que  afundou em 1912. “A demonstração de apoio nesta operação de busca altamente complexa foi muito apreciada. As nossas mais sinceras condolências vão para os amigos e entes queridos da tripulação”, referiu Mauger.

O responsável afirmou que a procura pelos corpos vai continuar, apesar de não avançar com perspectivas, uma vez que os trabalhos são complexos. “É um ambiente incrivelmente implacável no fundo do mar e os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica” do submersível, disse o contra-almirante.

Mauger referiu que os meios que estiverem envolvidos nas operações de busca vão desmobilizar ao longo das próximas 24 horas, mas que as operações remotas vão continuar no fundo do mar por tempo indeterminado.

As buscas estão sendo realizadas com veículos subaquáticos operados remotamente, conhecidos como ROV, que podem inspecionar o fundo do mar.

Antes da conferência de imprensa da Guarda Costeira, a OceanGate, empresa responsável pelo submersível, emitiu uma nota dizendo acreditar que os cinco ocupantes do Titan estejam mortos.

“Consideramos neste momento que o nosso patrão Stockton Rush, Shahzada Dawood e o seu filho Suleman, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet estão infelizmente mortos”, indicou a empresa em comunicado.

“Estes homens eram verdadeiros exploradores que partilhavam um espírito de aventura distintivo e uma profunda paixão pela exploração e proteção dos oceanos”, destacou a OceanGate.

A confirmação do trágico desfecho aconteceu horas depois de as autoridades indicarem que tinham detectado destroços na área de buscas do Titan.

“Foi descoberto um campo de destroços na área de buscas, por um ROV, perto do Titanic. Os especialistas do posto de comando unificado estão avaliando as informações”, podia se ler numa mensagem da Guarda Costeira do Nordeste dos EUA, publicada, durante a tarde, no Twitter.

Os destroços foram detectados pelo veículo de operação remota (ROV) do navio canadiano Horizon Arctic, de acordo com o comunicado da Guarda Costeira norte-americana.

David Mearns, um especialista em resgate, citado pela Sky News e BBC, afirmou, mais tarde, que os destroços detectados pertencem ao Titan. São uma “estrutura de pouso e uma tampa traseira do submersível”, afirmou o perito, que é amigo de dois dos cinco ocupantes do Titan, o empresário britânico Hamish Harding e o explorador francês Paul-Henri Nargeolet.

À Sky News, David Mearns disse que pertence a um grupo de WhatsApp que envolve o The Explorers Club. Referiu que foi o presidente deste clube, que está “diretamente ligado” aos navios que estão nas operações de busca, quem deu a informação de que os destroços correspondem à “estrutura de pouso” e a “uma tampa traseira do submersível”.

“Isto significa que o casco ainda não foi encontrado, mas duas partes muito importantes de todo o sistema foram descobertas. Não seria possível encontrá-las a menos que estivessem fragmentadas”, disse o especialista à Sky News.

David Mearns disse que os elementos da Guarda Costeira “não usam expressões como ‘campo de destroços’, a menos que não haja nenhuma hipótese de resgatar os homens vivos”.

Durante esta tarde, a CNN International informou que um navio canadiano com uma equipe médica especializada já estava no local das operações de busca pelo Titan, assim como uma câmara hiperbárica, com capacidade para até seis pessoas, segundo informação de um oficial das Forças Armadas do Canadá.

Foi no domingo que o submersível Titan, da empresa Ocean Gates Expeditions, desapareceu no Atlântico Norte, quando descia para uma visita turística ao que resta do Titanic, que se encontra a cerca de 3.800 metros de profundidade. O navio afundou-se na viagem inaugural, em 1912, depois de embater num icebergue, provocando a morte de 1.500 passageiros e tripulantes.

A Guarda Costeira norte-americana, apoiada por vários aviões e navios, intensificou hoje as buscas para encontrar o submersível e tentar retirar as cinco pessoas que estão a bordo, mas ao início da noite acabou por confirmar a morte dos ocupantes do Titan.

Seguiam no submersível o empresário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho Suleman Dawood, de 19, Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, um explorador francês e um antigo oficial da Marinha, que é conhecido como o “Senhor Titanic”, bem como Stockton Rush, de 61 anos, o CEO da OceanGate Expeditions, responsável pela viagem.

Com informações: Lusa, euronews e diaria de noticias.pt

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