Na sequência dos sons detetados por um avião militar canadiano P-3, os esforços de busca foram reorientados, mas, até ao momento, não foram registados resultados positivos.
Ouvido pela BBC, um especialista em busca e resgate de submarinos na Austrália defende que os sons subaquáticos podem sugerir que o submersível Titan está próximo ou mesmo à superfície.
“Abaixo de cerca de 180 metros, a temperatura da água cai muito rapidamente”, explicou Frank Owen. “Isso cria uma camada que o [sinal do sonar] rebate”, disse o especialista, que mostrou-se mais confiante com a notícia de que foram detetados sons subaquáticos durante as operações de busca.
E uma das razões para estar confiante prende-se com o facto de estar “a bordo desta embarcação um mergulhador aposentado da marinha francesa”. “Ele deverá conhecer o protocolo para tentar alertar as forças das operações de busca”, afirmou, referindo-se a Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos.
Os socorristas têm corrido contra o relógio porque, mesmo nas melhores circunstâncias, o Titan pode ficar sem oxigénio na quinta-feira de manhã.
Robô subaquático, o Victor 6.000, reforça buscas
Para além de um conjunto internacional de navios e aviões, um robô subaquático começou a fazer buscas nas imediações do Titanic e há um esforço para enviar equipamento de salvamento para o local, no caso de o submarino ser encontrado.
Três aviões de transporte C-17 das forças armadas norte-americanas foram utilizados para transportar submersíveis comerciais e equipamento de apoio. As forças armadas canadianas disponibilizaram um avião de patrulha e dois navios, tendo ainda lançado boias de sonar para detetar quaisquer sons do Titan.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de quatro dias quando se fez ao mar, na manhã de domingo, segundo David Concannon, conselheiro da OceanGate Expeditions, que supervisionou a missão.
O jornalista da cadeia televisiva norte-americana CBS News David Pogue, que viajou até ao Titanic a bordo do Titan no ano passado, disse que o veículo usa dois sistemas de comunicação: mensagens de texto trocadas com um navio de superfície; e ‘pings’ de segurança que são emitidos a cada 15 minutos para indicar que o submersível ainda está a funcionar.
Ambos os sistemas pararam cerca de uma hora e 45 minutos depois de o Titan ter submergido, no domingo, indicou a empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do Titanic.
“Isto significa uma de duas coisas: ou eles perderam toda a energia ou o submersível abriu uma brecha no casco e implodiu instantaneamente. Ambas são devastadoras”, disse Pogue.
Na terça-feira, a França anunciou que o instituto Ifremer de ciências oceânicas enviou um navio, o Atalante, equipado com um robô subaquático, o Victor 6.000, para procurar o submersível.
O Victor 6.000 deve chegar ao seu destino hoje e mergulhar até uma profundidade de cerca de 4.000 metros para realizar operações de busca.
Os restos do Titanic – que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 – estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.
A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá, citado pela agência de notícias norte-americana Associated Press.