Festas Juninas: fiéis cristãos, evangélicos e católico, têm visões diferentes sobre a celebração a santos

Ao optar por não cultuar os santos nas festas juninas, a comunidade evangélica não visa ofender ou desmerecer outras crenças religiosas, mas sim preservar sua própria forma de adoração. A diversidade religiosa é um elemento essencial para a construção de uma sociedade plural e respeitosa.

Tradicionalmente no mês de junho, os católicos e as religiões de matriz africana celebram os dias de três santos: Santo Antônio (dia 13); São João (dia 24) e São Pedro (29). São os santos das festas juninas comemoradas e realizadas em todo o país, algumas até muito famosas, como o São João do estado da Paraíba que reúne moradores e turistas de diversas partes do mundo e tem duração de cerca de 10 dias de festa. Dentre os três santos, João e Pedro foram discípulos de Jesus Cristo. Já Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua, foi membro da Ordem dos Frades Menores (OFM), na Itália, uma Ordem fundada há mais de oito séculos.

A comunidade católica promove grandes festividades nas datas em que se comemoram os dias santificados alusivos aos três santos. Constroem fogueiras, promovem danças animadas (forró, marchinhas, xaxados…), realizam quermesses, rezas, cantos, e nos festejos servem muitas comidas e bebidas típicas, tipo canjica de milho, quentão, quitutes, doces, bolo de milho, bolinho frito de milho, bolinho de São João ou Bolinho de Caçapava, pé-de-moleque, cuscuz, pamonha, milho cozido, bolo de fubá, polenta, caldos de diversos sabores, maçã do amor, pastel, pipoca, cachorro quente, arroz-doce, baião de dois e muitas outras guloseimas.

Quanto ao aspecto religioso, essas festividades estão enraizadas na cultura do país. No entanto, o apóstolo Sebastião Tertuliano Filho, presidente da Ordem dos Ministros do Evangelho de Palmas (OMEP), informa que os evangélicos optam por não cultuar os ‘santos’ relacionados às festas juninas. Ele explica que existem algumas razões por trás dessa decisão, destacando a crença evangélica e o respeito às diferentes práticas religiosas.

Para o religioso a comunidade evangélica, embasada nos princípios do cristianismo evangélico, adota uma perspectiva teológica que difere de outras tradições religiosas presentes no Brasil. Um dos aspectos centrais dessa crença é a adoração exclusiva a Deus, conforme mencionado nos Dez Mandamentos. Para os evangélicos, não existe a necessidade de intermediários entre o homem e Deus, incluindo os santos canonizados pelas igrejas católicas e de outras denominações que praticam o culto a santos.

Também explica que, de acordo com a tradição evangélica, o caminho para a salvação e o relacionamento com Deus se baseiam na fé em Jesus Cristo, no estudo da Bíblia e na oração direta ao Senhor e Criador de todas as coisas. Nesse sentido, a comunidade evangélica valoriza a comunhão pessoal com Deus, buscando orientação e inspiração diretamente da Palavra Sagrada.

Tertuliano destaca que, é importante ressaltar que essa posição não implica em depreciar ou desrespeitar as crenças de outras religiões. A Ordem dos Ministros do Evangelho de Palmas, assim como as igrejas evangélicas, reconhecem a diversidade religiosa como um direito fundamental de cada indivíduo. O respeito às crenças alheias faz parte dos valores cristãos e é uma prática encorajada pelos evangélicos.

Confraternização

A celebração das festas juninas é vista pela comunidade evangélica como uma oportunidade de confraternização e união entre amigos, familiares e vizinhos. Muitos eventos juninos incluem atrações culturais, música, danças típicas, comidas tradicionais e manifestações folclóricas. Os evangélicos participam dessas atividades de maneira respeitosa e alegre, sem, no entanto, aderir aos elementos religiosos associados aos santos católicos ou outras divindades veneradas em diferentes tradições.

Dessa forma, a comunidade evangélica contribui para a diversidade cultural do país, mantendo sua identidade e práticas de fé. A OMEP, entidade representativa de várias  denominações evangélicas associada a instituição, busca promover valores como amor, compaixão e solidariedade, tendo como base os ensinamentos bíblicos.

Ao optar por não cultuar os santos nas festas juninas, a comunidade evangélica não visa ofender ou desmerecer outras crenças religiosas, mas sim preservar sua própria forma de adoração, pautada nos princípios e ensinamentos do cristianismo evangélico, é o que explica o apóstolo Tertuliano Filho.

Diversidade

A diversidade religiosa é um elemento essencial para a construção de uma sociedade plural e respeitosa. É fundamental que todas as religiões sejam compreendidas e respeitadas em sua individualidade, permitindo que cada pessoa exerça sua fé de acordo com suas convicções. A Ordem dos Ministros do Evangelho de Palmas reforça seu compromisso em promover o diálogo inter-religioso e a tolerância, buscando a paz e o entendimento entre as diversas tradições espirituais presentes em nossa sociedade.

FOTOS: Reprodução

COMIDAS TÍPICAS DAS FESTAS JUNINAS

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