Apesar de suspender o envio de alimentos para a Etiópia, as Nações Unidas garantiram que vão continuar a ajudar os mais vulneráveis como crianças, jovens mães e grávidas. “Como humanitários, temos de poder chegar às mulheres, homens e crianças mais vulneráveis sem restrições e sem desvios. Temos de trabalhar em conjunto para aprender e evitar que isto volte a acontecer no futuro”, afirmou a diretora-executiva do PAM, Cindy McCain.
Em abril, as Nações Unidas já tinham suspendido a ajuda alimentar no Tigray, no norte da Etiópia, depois de uma investigação interna sobre o uso indevido de alimentos. Quatro trabalhadores humanitários confirmaram à Associated Press (AP), agência de notícias independente, que foram encontrados num armazém na cidade de Sheraro, no Tigray, bens nutricionais suficientes para alimentar 100 mil pessoas.
Agora, a suspensão da ONU estende-se a todo o país africano. “A nossa principal preocupação são os milhões de pessoas famintas que dependem do nosso apoio e as nossas equipas trabalharão incansavelmente com todos os parceiros para retomar as nossas operações assim que pudermos garantir que os alimentos cheguem às pessoas que mais precisam”, disse Cindy McCain.
Mais de 20 milhões de pessoas na Etiópia necessitam da assistência nutricional, neste que é o segundo país africano com mais população, cerca de 115 milhões de pessoas. A seca extrema e a devastadora guerra civil de dois anos que terminou com um cessar-fogo em novembro de 2022 são os principais motivos da alarmante necessidade de ajuda ao país.
Fonte: jn.pt