Segundo o jornal “Le Parisien”, as autoridades francesas não têm qualquer registo prévio sobre este homem cristão de nacionalidade síria que, em 2013, chegou à Suécia com o estatuto de refugiado. Foi neste país europeu que casou com uma mulher sueca e com quem teve uma filha, que atualmente tem a idade aproximada das vítimas do esfaqueamento desta quinta-feira: três anos.
Segundo a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, o suspeito, que se mudou para França há cerca de oito meses, não tem cadastro nem “antecedentes psiquiátricos identificados”. Sabe-se que a ida para França foi um marco na vida deste homem, já que a mudança acarretou um divórcio, porque mãe da filha não se quis mudar para aquele país, contou a mulher ao mesmo jornal. Segundo a mulher, ele terá saído do país por não ter conseguido a cidadania sueca. Pouco depois, entrou com um pedido de asilo no gabinete francês de proteção de refugiado a 28 de novembro de 2022, revela o “Liberation”.
À BFMTV, a ex-mulher descreveu um homem “gentil” e cuidadoso com a filha, mas com quem não tem qualquer contacto há quatro meses, não compreendendo o que terá acontecido para o ato aparentemente tresloucado desta quinta-feira.
Durante o ataque, que foi filmado por testemunhas, Abdalmasih gritava em inglês “em nome de Jesus” e no momento em que foi detido, quatro minutos depois de as autoridades terem sido alertadas, tinha ao peito uma cruz. Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver o homem vestido de preto e com um lenço na cabeça a correr por um parque com a faca na mão, enquanto várias pessoas tentam, sem sucesso, detê-lo. Pouco depois, debruça-se sobre um carrinho de bebé enquanto uma mulher grita e parece desferir várias facadas no interior do carrinho, onde se supõe que estaria uma criança.
Testemunhas ouvidas pela BFMTV relataram que o homem tentou fugir do parque após o ataque e agrediu um idoso, antes de ser detido pela polícia, que fez disparos com arma de fogo. “Ele queria atacar toda a gente. Afastei-me e ele atacou um avô e uma avó e esfaqueou o avô”, disse Anthony Le Tallec, ex-jogador do Saint Etienne e do Liverpool, ao jornal regional “Le Dauphiné libéré”.
Line Bonnet-Mathis, procurador local responsável pelo caso, disse à agência France-Presse que foi excluída motivação terrorista neste caso e revelou também que Abdalmasih não tem domicílio fixo no país. No total, quatro crianças ficaram feridas com gravidade no ataque, sendo que duas se encontram entre a vida e a morte, tal como um homem de 78 anos. Um outro adulto ficou ferido, mas o seu estado de saúde não é preocupante.
Fonte: jn.pt
