Senador Irajá visita redação do portal Rede Jovem News e fala com exclusividade sobre seu trabalho no Senado

O Senador Irajá (PSD) falou sobre vários temas; dentre eles, sua história de vida, mandatos, sabatina de Cristiano Zanin, eleições 2024 e futuro do PSD no Tocantins. O Senador foi ao RJN acompanhado por Lires Ferneda, Superintendente do Ministério da Agricultura no Tocantins,

Na segunda-feira, 5, o senador Irajá, presidente do Partido Social Democrático (PSD) – acompanhado pela ex-prefeita de Guaraí e superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária no Estado do Tocantins, Lires Tereza Ferneda – visitou os estúdios da Rádio Jovem FM 104,7 e a redação do portal Rede Jovem News.

Ambos foram recebidos pela Diretora Executiva do Grupo Jovem de Comunicação, Polyanna Marques Teixeira, e pela equipe de jornalismo da empresa. Irajá concedeu uma longa entrevista ao Jornalista Flávio Clark, na qual abordou vários assuntos; dentre eles:

  • trechos emocionantes de sua vida pessoal;
  • sabatina do candidato a ministro do STF Cristiano Zanin,
  • hidrovia do Rio Tocantins;
  • sua candidatura a governador em 2022;
  • eleições 2024 e 2026; e
  • rumos do PSD nos próximos pleitos eleitorais.

 

Rede Jovem News – Senador Irajá, o senhor é filho de uma psicóloga e de um piloto de avião. O senhor perdeu seu pai quando tinha menos de quatro anos de idade, mas sua mãe, mulher valente, virtuosa, guerreira e inteligente – que foi a primeira mulher a se tornar presidente do Sindicado Rural de Gurupi – se tornou uma das mulheres mais notáveis no Tocantins e no Brasil. A Senadora Kátia Abreu o preparou para ser o homem que é hoje, mas o senhor não é fruto de um pedigree, de um DNA político. Quem o acompanha sabe que, desde muito jovem, o senhor já demonstrou ter luz própria; é claro que teve sempre o apoio, a orientação e exemplos de sua mãe. Então, em resumo, quem é Senador Irajá Abreu?

Senador Irajá – Bom, Flávio, primeiro, muito obrigado pelo convite. Um forte abraço aos nossos ouvintes, internautas, leitores e espectadores da Rede Jovem. É um prazer poder estar aqui gravando esta entrevista. É importante que as pessoas saibam que eu tenho muito orgulho das minhas origens. Somos de Goiânia. A gente veio de famílias muito simples, tanto a família do meu pai quanto a família da minha mãe. Minha mãe é formada em Psicologia e meu pai era agropecuarista. Viemos de famílias muito pobres, mas meus pais são pessoas que, com muito trabalho e muita dificuldade, acabaram vencendo na vida.

Você resumiu bem um pouco da nossa história. A Senadora Kátia, minha mãe, ficou viúva aos 26 anos, com três filhos pequenos. Infelizmente, meu pai (Irajá Silvestre, piloto de avião) faleceu num trágico acidente aéreo, que foi uma verdadeira numa tragédia; inclusive isso aconteceu aqui no Estado, em 1984, quando essa região ainda era norte de Goiás – e isso mudou totalmente o curso da nossa história.

Quando acontece a perda do pai ou da mãe – isso em todas as famílias onde tem algum tipo de tragédia como essa – , os filhos são obrigados a amadurecer mais cedo. E eu, como o mais velho, acabei amadurecendo muito novo. Com a ausência do meu pai, logo me interessei por trabalhar e conquistar minha independência financeira. E, para mim, a vida começou assim. Fizemos da dor uma luta. E a senadora (Kátia Abreu), minha mãe, foi uma grande guerreira, né? Com a ausência do marido e três filhos pequenos, conseguiu lutar, enfrentando todas as dificuldades e os preconceitos, que impunha a atividade de agropecuarista para uma jovem mulher, mas ela, com muita obstinação, venceu na vida e se tornou uma pessoa respeitadíssima, uma referência no agro, no Tocantins e no Brasil. Ela é um grande exemplo para mim, para os meus irmãos e para toda a nossa família.

Rede Jovem News – O senhor se elegeu para o seu primeiro mandado de deputado federal em 2010, em penúltimo lugar, com 39.301 votos; já em 2014, foi reeleito com 62.859 votos, a segunda maior votação daquele pleito; o senhor fez um excelente trabalho na Câmara dos Deputados. Tive, inclusive, a oportunidade de visitá-lo em seu gabinete, junto com o ex-vereador de Aparecida do Rio Negro, Ismael Cavalcante, na época presidente da União dos Vereadores do Tocantins (UVT). Em 2018, o senhor se elegeu Senador da República, com quase 215 mil votos, tornando-se o senador mais jovem da história. Passaram-se 4,5 anos. Hoje, o senhor é visto como um dos políticos mais atuantes da Bancada Federal do Tocantins. O que o senhor aponta como suas maiores conquistas para o Tocantins nesses 12,5 anos de mandato?

Senador Irajá – Flávio, a vida pública nos proporciona algumas oportunidades únicas, que talvez eu não tivesse, se estivesse na iniciativa privada, se eu fosse um comerciante, um empresário eu até mesmo um profissional liberal. E uma das coisas extraordinárias da vida pública é você mudar a vida das pessoas; e isso um cargo eletivo, como deputado federal e agora como senador, nos proporciona. Você chegar no interior do Estado, numa cidade de três mil habitantes e ver lá uma praça construída, fruto do trabalho dos nossos mandatos, resultado de recursos que nós destinamos àquela cidade, é muito gratificante. Da mesma forma, você ver numa cidade pequena, ou mesmo numa cidade de médio ou grande porte, um bairro todo asfaltado, um posto de saúde atendendo a população com qualidade, escolas construídas com recursos do nosso trabalho em Brasília, funcionando bem, isso não tem preço – é um sentimento de alegria que não se traduz em palavras. Então, todo esse trabalho, ao longo desses 12,5 anos que eu tenho de mandato, graças à confiança dos tocantinenses, me deixa feliz; pra mim, olhar para trás e ver tudo o que foi realizado é o que mais me deixa honrado e orgulhoso – é o trabalho feito. E todos os 139 municípios têm alguma obra construída, que consegui fruto dos meus três mandatos, dois como deputado federal e agora como senador; é algo que me orgulha muito ter atingido essa marca, que é ter sido o primeiro mandatário do Estado do Tocantins (com todo respeito aos outros colegas e a outros políticos que já tiveram a sua carreira consolidada) a alcançar esse posto de primeiro parlamentar a ter obras entregues em todos os 139 municípios do Tocantins. Isso para mim é uma marca, que me orgulha muito. Eu não fiz mais do que a minha obrigação, pois a gente é eleito para isso, mas é uma marca que eu vou carregar sempre em toda minha vida.

Rede Jovem News – O senhor é um dos protagonistas desse momento histórico importante e extremamente delicado da política nacional, em que a sociedade está vivendo uma verdadeira convulsão político-social. Nos próximos dias, o senhor estará sabatinando o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal; e o indicado do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é seu advogado Cristiano Zanin Martins. É uma grande responsabilidade sabatinar um candidato a ministro da Suprema Corte. Outra coisa: o senhor faz parte daqueles que lideram e defendem o agronegócio no Brasil, segmento que é a força motriz da nação, porém também enfrenta certa instabilidade. Gostaria que o senhor falasse um pouquinho sobre esses dois temas que eu lhe apresentei: Zanin e Agronegócio.

Senador Irajá – O nome indicado pelo Presidente da República é uma discricionariedade do Presidente, sobretudo um nome que poderá ficar 27 anos como Ministro do Supremo Tribunal Federal, em função da idade que o candidato Zanin tem. Hoje ele tem 47 anos, e como os ministros do STF se aposentam, compulsoriamente, com 75 anos, sabemos que é uma responsabilidade ainda maior, porque é alguém que poderá ficar durante muito tempo, quase 30 anos, exercendo um cargo tão honroso, que é o de ministro do Supremo Tribunal Federal, uma responsabilidade imensa. É claro que esse processo passa pelo crivo do Senado Federal, primeiro com uma sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, que é uma prévia, aí depois em Plenário, onde todo colegiado, composto pelos 81 senadores da Casa, deverá manifestar pela aprovação ou não. Em ambas as ocasiões, ele vai ter oportunidade para apresentar as suas ideias, os compromissos que ele quer assumir frente ao Senado Federal e à nossa população; aí sim a gente avalia realmente se ele preenche os requisitos que são determinados pela Constituição Federal (art. 12, § 3º, inciso IV, da CF/1988): mais de 35 e menos de 70 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da CF/1988), os quais são: pessoa  disposta a defender a nossa democracia, a Constituição; são alguns dos pilares essenciais de um nome que se proponha a exercer um cargo tão honroso quanto o de ministro da Suprema Corte do Brasil.

Além disso, dessa responsabilidade – que é uma responsabilidade dividida entre 81 senadores – , eu vou ter também a atribuição, agora, de relatar a indicação do diretor do Banco Central. São dois nomes indicados pelo Presidente Lula, e, no caso do diretor do Banco Central, será uma responsabilidade individual como relator, que é a de poder defender ou recusar o nome dele na indicação do Banco Central do Brasil, que é também um posto estratégico para a economia nacional e para o novo governo que iniciou. Essa sabatina acontece na Comissão de Assuntos Econômicos; uma vez aprovado na CAE, aí sim será submetido ao colegiado, ou seja, ao Plenário do Senado.

Sobre o agro, poderia dizer que é um assunto tão importante não só para o Tocantins, mas também para o país, porque a nossa vocação, a produção de alimentos, é um assunto que a gente precisa a todo momento estar atento, estimulando, incentivando e tentando também blindar das iniciativas ruins, porque isso acontece muito no Congresso Nacional. Por incrível que pareça, tem muitas iniciativas que são apresentadas, propostas que são nocivas a determinados segmentos, inclusive o agro; portanto, a gente tem que estar atento e vigilante o tempo todo, né? De coisa ruim a gente precisa proteger; coisas boas a gente precisa aprovar.

Uma das coisas que eu tenho defendido muito ultimamente – inclusive eu estive com o Presidente Lula na semana passada – é a implantação da nossa hidrovia do Rio Tocantins, que é uma hidrovia sonhada há quase 20 anos e que ainda não saiu do papel, mas a gente precisa implementar de uma vez por todas…

A hidrovia do Rio Tocantins vai ser o modal mais barato. Nós temos hoje um custo pela rodovia que é altíssimo: média de 100 dólares a tonelada transportada; uma vez implementada a hidrovia, o custo cai para 50 dólares, algo em torno da metade do custo atual; isso torna o nosso Estado e o país mais competitivos, porque você tem um custo menor de transporte. Na produção, nós já somos muito eficientes. Da porteira para dentro de uma propriedade, todo mundo reconhece isso no mundo inteiro; agora, quando a produção sai da porteira para fora, aí vêm os gargalos, e o transporte é um deles. Então, esse sonho do nosso “Mississipi do Brasil” … – Mississipi é o rio americano por onde 90% da produção dos Estados Unidos são escoados, transportados – , nós precisamos definitivamente tirar do papel. Vão ser 1.200 km de hidrovia navegável, com as barcaças; boa parte dessa produção saindo do Tocantins e escoando via porto, no Pará, para Estados Unidos, Europa, países da Ásia. E a gente precisa implementar isso. O Presidente acolheu a proposta, a sugestão; ele entende que isso é um projeto estratégico para a economia do país, e eu, até num tom de brincadeira, desafiei o presidente. Disse a ele: essa será a primeira hidrovia que o senhor vai entregar durante o seu mandato da República, porque o senhor como Presidente, nas duas oportunidades que teve, não entregou uma hidrovia ao país. Então, eu acho que essa é a grande oportunidade que o senhor tem de implantar o maior projeto de hidrovia que o Brasil vai poder ter – e rápido, nos próximos quatro anos. E eu estou muito confiante de que a gente consiga viabilizar em definitivo a hidrovia do Rio Tocantins.

Rede Jovem News – Ainda sobre a indicação do Advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal, há críticas, inclusive de dentro do STF, sobre a necessidade de ter mais mulheres na Suprema Corte. Inclusive, cobram mais mulheres, e mulheres negras. Como o senhor analisa essas sugestões e críticas?

Senador Irajá Abreu – Compreendo e concordo! Acho que a participação da mulher em todas as esferas de poder é essencial. Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, essa participação vem sendo ampliada ao longo dos últimos anos, não na velocidade que a gente gostaria, mas ela vem acontecendo, inclusive na iniciativa privada e nos altos cargos de comando de grandes empresas e corporações multinacionais. Empresas nacionais do pequeno comércio e serviços principalmente, desde uma diretoria de um banco a outras funções de relevância, a gente consegue enxergar que a participação da mulher vem sendo ampliada e com todo louvor, com todo mérito, porque as mulheres são realmente mais competentes que nós homens, na grande maioria dos postos de trabalho, e a gente sabe reconhecer isso. Agora, no Supremo Tribunal Federal também não é diferente. Hoje nós só temos duas integrantes que compõem o STF: Cármen Lúcia e Rosa Weber, e tivemos a primeira ministra Ellen Gracie Northfleet (indicada por Fernando Henrique Cardoso) que se aposentou em 2011. Eu acho que, como o Presidente Lula ainda deverá indicar outros nomes para o STF, nós vamos conseguir ampliar mais a participação de mulheres na mais alta corte da Justiça no Brasil; creio que ele seja sensível a isso e acredito que, sim, nós vamos conseguir ampliar mais a participação de mulheres também da Suprema Corte brasileira.

Rede Jovem News – Também, e ainda em relação ao agronegócio, o senhor indicou para a superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária no Estado do Tocantins a ex-Prefeita de Guaraí Lires Ferneda, mulher extremamente competente e que tem suas origens no campo, mas é uma pedagoga. O senhor tinha um leque de opções para esse cargo tão importante, mas escolheu a Dona Lires. Fale um pouquinho sobre essa indicação e qual é a sua expectativa sobre a sua gestão à frente do agronegócio e no Estado.

Senador Irajá – Importante também destacar que o que eu falei anteriormente não é apenas uma verdade. Eu pratico isso. Dentro do meu ambiente de trabalho, eu tenho muito orgulho de ter na minha equipe, tanto de Brasília quanto aqui de Palmas, mais de 50% de assessoras mulheres – competentes mulheres. Isso não é porque é bom ter mulheres trabalhando do nosso lado. Quem não gosta? Mas é que elas são realmente muito competentes e organizadas; entregam aquilo que precisa, dentro de um gabinete, com profissionalismo e competência, como são também numa empresa privada, numa instituição pública, independentemente de qual setor estejam. E com relação à indicação da Professora Lires, pedagoga de formação (como você já adiantou), eu tenho convicção de que ela vai surpreender muito à frente aqui da Superintendência (do Ministério) da Agricultura, e isso por várias razões: primeiro, porque ela tem um ótimo currículo, passou pelo crivo inclusive da Casa Civil (da Presidência da República), toda a sua trajetória pessoal, acadêmica e profissional, a credencia a exercer esse posto; segundo, pela eficiência que ela teve como prefeita de Guaraí, uma das melhores prefeitas da história de Guaraí, que é a sétima maior cidade do Tocantins – uma cidade superimportante, às margens da Belém-Brasília. Como gestora, ela mostrou a sua capacidade e a sua competência. Então, não tenho a menor dúvida de que o Tocantins estará muito bem servido com Lires Ferneda à frente da sua Superintendência da Agricultura, porque ela, com a sua capacidade, com a sua competência e talento, reunidos com um órgão tão eficiente, que é o MAPA (Ministério da Agricultura) não vai ser diferente do que ela foi na Prefeitura de Guaraí. Nós vamos ter aqui uma das gestões mais reconhecidamente competentes da história do Tocantins. Eu estou muito confiante e otimista com o início do seu trabalho à frente da nossa Superintendência da Agricultura.

Rede Jovem News – O seu partido, o PSD, está entre os partidos mais confiáveis no Brasil. E o senhor, como presidente do PSD no Tocantins, certamente está vislumbrando o sucesso do seu partido no Estado. Como será a atuação do PSD nas grandes cidades, como, por exemplo, Palmas, Araguaína e Gurupi? Seu partido terá candidatura própria?

Senador Irajá Abreu – É bom destacar que eu também faço parte da fundação do Partido Social Democrático (55) desde a sua constituição lá atrás, quando a gente começou a reunir assinatura de apoiamento, em 2010. E aí, finalmente, em 2011, o nosso presidente, que é o Gilberto Kassab, com muita competência, conseguiu o registro definitivo do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Então, eu tenho orgulho de poder fazer parte como fundador do PSD, da sua história e de estar no PSD já há 12, quase 13 anos, desde a sua criação.

A gente acompanha a evolução do partido a cada eleição no Tocantins. Não foi diferente; todas as eleições que nós disputamos, seja as eleições municipais ou as eleições estaduais, o partido sempre cresceu, elegendo o maior número de prefeitos e vereadores; agora, temos uma bancada expressiva na Assembleia Legislativa do Tocantins, com três deputados estaduais (Eduardo Fortes, Luciano Oliveira e Wiston Gomes); eu me tenho, obviamente, nos quadros, como senador eleito do Tocantins. Então, o PSD é um partido que tem a sua dimensão, não só nacional (porque nós somos a maior bancada do Senado Federal, com 15 integrantes, e a quinta maior bancada da Câmara dos Deputados, com 43 deputados), mas também estadual, onde o partido sempre vem correspondendo a altura.

Eu creio que, como um grande partido, nas próximas eleições, em 2024, nós poderemos crescer também nas grandes cidades, como você me perguntou. Nós temos vários representantes nas cidades de médio e de pequeno portes, mas temos quadros com qualidade, para representar o PSD também nas grandes cidades do Tocantins. Não tenha dúvida disso! Em Palmas, nós temos nomes que estão a altura; em Gurupi, em Porto Nacional, em Paraíso, em Araguaína… nós queremos participar ativamente desse debate, ou com candidaturas próprias, ou, eventualmente, dentro das composições, que é uma coisa natural na política, que a gente pode participar das chapas majoritárias e proporcionais também.

Rede Jovem News – Nas eleições de 2022, o senhor entrou para o seleto grupo de personalidades políticas do Tocantins que tem o objetivo de governar o Estado. Sua estreia como candidato a governador foi marcante; eu mesmo o acompanhei fazendo cobertura de uma caminhada na região sul de Palmas, e o senhor fez uma campanha bonita, embora não tenha vencido a eleição. O que o povo tocantinense pode esperar do jovem político Irajá Abreu para 2026?

Senador Irajá Abreu– Olha Flávio, eu me orgulho muito de ter disputado essa eleição (2022), e faria tudo novamente. Não me arrependo absolutamente de nada, sobretudo porque eu tinha uma candidata a vice-governadora muito competente, que foi a Professora Lires Ferneda, que estava ao meu lado ajudando em todos os momentos. E a gente fez uma campanha com o pé no chão; visitamos todos os municípios e entramos nos comércios e nas casas, conversando com a população, ouvindo o que as pessoas tinham de expectativa para um novo governo; então, isso para mim foi uma grande escola, sabe? Foi uma grande oportunidade de poder conhecer pessoas que eu até não conhecia pessoalmente. Eu estive fazendo um apanhado; nós devemos ter conversado com quase 300 mil pessoas. Se a gente imaginar que nós temos de 800 a 850 mil eleitores, né? De votos válidos. Mergulhamos num universo humano que foi uma oportunidade que a eleição nos deu.

Participar dos debates, tanto de TV, em rádio e em alguns eventos específicos também foi muito interessante; foi uma grande escola ter tido essa chance. Então, isso agrega muito na carreira, no aprendizado pessoal, e eu percebi que, no Tocantins, nesses últimos anos, sobretudo nos últimos 16 anos, um projeto de governo não é um projeto, na verdade ele é um destino, porque, infelizmente, vemos aí 16 anos consecutivos sem que se conclua um mandato de governador no Estado. E isso foi muito ruim, muito prejudicial para o Tocantins, isso custou muito caro para a população do Estado; e nós precisamos retomar esse ciclo virtuoso e que dê estabilidade política à população, em que se inicia e termina um mandato de governador. Porque isso faz bem à população, principalmente aos tocantinenses, Então, eu espero que isso aconteça agora, e a gente encerre esse ciclo nocivo de tantos mandatos sem conclusão; e eu acho que isso é possível, e eu torço por isso.

Com relação ao futuro, a gente tem que combinar com o freguês, que é o eleitor, né? Ele é que é sábio pra poder determinar se você pode ser candidato a governador novamente, ou à reeleição para o Senado, ou a nada; a gente não sabe o futuro. A gente precisa estar atento às pesquisas, conversando com a população, escutando e trabalhando, Eu acredito muito no trabalho. Acho que a gente colhe o que planta, né? Se a gente planta sementes férteis, a gente colhe também bons frutos. Então, eu acho que, nesses próximos 3,5 anos, eu vou ter oportunidade de continuar trabalhando muito pelo Tocantins, fazendo aquilo que as pessoas me delegaram para fazer, que é o papel de oposição, e isso é importante que as pessoas compreendam. Na eleição, você tem um vencedor que governa e você tem aquele que não venceu a eleição, que foi “eleito” para fazer uma oposição, que é para cobrar daquele que foi eleito, porque isso é uma democracia. Você imagina se num governo, estadual ou até presidencial, não tivesse oposição; aí seria outro regime, né? Não seria uma democracia; aí seria uma monarquia, que não é o nosso caso. Então, eu compreendo perfeitamente o papel que a população me atribuiu e procuro fazê-lo com responsabilidade e inteligência, apontando os erros, os equívocos e, claro, quando acertar, também terá o meu aplauso, apontando também os acertos. Eu não tenho nenhuma dificuldade quanto a isso.

Fotos: Flávio Clark

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