Procuradores dos EUA tem acesso a gravação de Trump sobre dados confidenciais

Procuradores norte-americanos obtiveram uma gravação de áudio, feita no verão de 2021, onde o ex-presidente Donald Trump admite que conservou um documento secreto do Pentágono sobre o Irã após deixar a Casa Branca, noticiou a CNN.

Esta estação televisiva, que cita fontes ligadas à investigação, informou que aquele documento falava sobre um possível ataque dos Estados Unidos ao Irã.

Com estes dados, é desmontado um argumento de Trump, após a apreensão pela polícia federal norte-americana (FBI) de milhares de documentos, a maioria destes sigilosos, da sua mansão em Mar-a-Lago (Florida), em agosto de 2022, de que o republicano desclassificou toda aquela informação quando ainda era Presidente.

De acordo com as fontes da CNN, a gravação revela que o ex-presidente sabia que guardava consigo material confidencial após deixar a presidência.

Trump insinua também que gostaria de partilhar essa informação, mas que está ciente das limitações para desclassificar aqueles dados não sendo Presidente.

Uma das fontes da CNN indicou que a parte dessa gravação que aborda o Irã dura cerca de dois minutos, enquanto outra fonte explicou que esse tópico ocupou uma pequena parte de uma grande reunião.

O procurador especial Jack Smith, nomeado pelo Departamento de Justiça para investigar o caso dos documentos classificados encontrados em Mar-a-Lago, está a conduzir as investigações sobre essa reunião.

As fontes consultadas pelo canal norte-americano classificaram a gravação como prova “importante” num possível processo contra Trump e afirmaram que os procuradores interrogaram testemunhas, como o chefe de Estado-maior das Forças Armadas dos EUA, o general Mark Milley, sobre este áudio e o documento confidencial perante um grande júri federal.

A CNN especificou que a reunião ocorreu em julho de 2021 no clube de golfe de Trump em Bedminster, Nova Jersey, onde estavam presentes duas pessoas que trabalhavam na biografia de um dos chefes de gabinete de Trump na Casa Branca, Mark Meadows, bem como assistentes do ex-presidente, como a especialista em comunicação Margo Martin.

Segundo a estação, os participantes não tinham autorização de segurança para aceder a informação sigilosa e Meadows não compareceu na reunião.

O Departamento de Justiça está a investigar o tratamento de milhares de documentos oficiais, incluindo cerca de 300 documentos classificados, que foram retirados da Casa Branca no final do mandato de Trump em janeiro de 2021 e encontrados por agentes do FBI em agosto de 2022 durante a busca em Mar-a-Lago.

Jack Smith foi nomeado em novembro pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, com o objetivo de tornar as investigações independentes, já que Trump anunciou a recandidatura à presidência norte-americana.

Fonte: jn.pt

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