A Capital do Tocantins é circundada por um conglomerado composto de um complexo de, aproximadamente, cinco mil chácaras de pequeno porte, que formam o chamado Cinturão Verde de Palmas e fomentam o consumo de hortifrutigranjeiros na Capital, abastecendo feiras, mercados, supermercados, hipermercados, frutarias e restaurantes com:
- grande variedade de legumes e leguminosas (frutos e sementes pertencentes à família de plantas denominada Fabaceae; em muitas culturas, elas servem como alimento básico e estão comumente presentes na dieta vegana e vegetariana, por serem fontes ricas em proteínas);
- leite in natura e queijos;
- tubérculos (caules subterrâneos dos vegetais, que funcionam como reserva de energia, em forma de amido e de água, durante os períodos secos e de inverno; são robustos, com formato arredondado, ovalado ou alongado, e podem ser utilizados para reprodução assexuada das plantas);
- milho verde e coco;
- peixes de criatórios (tanques), ovos, galinhas e porcos caipiras, carneiros, bodes e outros animais;
- cana de açúcar;
- grande variedade de hortaliças;
- herbáceas (vegetais cujas partes consumidas estão acima do solo; fazem parte deste grupo as folhas de alface, almeirão, taioba, repolho e outras);
- talos e hastes de aipo, aspargos e funcho;
- flores, como couve-flor, alcachofra e brócolis.
Ao planejar a cidade, o seu criador, José Wilson Siqueira Campos, fez questão de dividir as terras do entorno da Capital em pequenas propriedades, destinadas à agricultura familiar. Ele cedeu, através de contratos de comodato, essas propriedades a produtores rurais, que tomaram posse e formaram chácaras, com o compromisso de produzir víveres nessas terras. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da cidade, muitos desses comodatos foram desvirtuados das suas funções originalmente planejadas, transformando-se em condomínios e bairros e sendo utilizados para outras atividades. Apesar disto, ainda existem muitos agricultores produzindo alimentos nas redondezas de Palmas, dando vida ao Cinturão Verde, projetado pelo ex-governador na implantação da Capital, há 34 anos.
Além da importância na produtividade de alimentos frescos e de boa qualidade, o Cinturão Verde é uma significativa fonte de geração de empregos, tanto para os agricultores, trabalhadores rurais (lavradores) e suas famílias, como para feirantes e fretistas, que ajudam no transporte da produção para os entrepostos comerciais na cidade. Não se sabe o número exato de postos de trabalho gerados com essas atividades, mas, sem dúvida, elas movimentam milhões de reais na economia de Palmas. São basicamente os produtos do Cinturão Verde de Palmas que levam milhares de compradores – donas de casas, donos de restaurantes e clientes em geral – às várias feiras livres da cidade.
E os preços?
Os preços dos hortifruti em Palmas ainda são bastante “salgados”. Considerando que os percursos do transporte entre as áreas de produção agrícola e os pontos de venda não são tão longos, que as terras oferecem alta produtividade, que a região tem água em abundância e que uma grande quantidade de produtos acaba sendo descartada para o lixo, quando não é vendida nas feiras e mercados, os produtores, comerciantes e feirantes poderiam oferecer preços mais atraentes para a população. Por exemplo, produtos que vêm das Ceasas de Anápolis, Goiânia e São Paulo (CEAGESP), que viajam de 1.000 a 2.000 km, ou mais, entram nos mercados de Palmas com preços incomparavelmente mais baixos do que o dos alimentos produzidos nos arredores de Palmas.
Fotos: Flávio Clark
Fotos do Cinturão Verde de Palmas