As sanções devem impedir que “aproximadamente 70 entidades na Rússia e em outros países recebam mercadorias exportadas dos EUA, adicionando-as à lista negra do Departamento de Comércio”, disse um oficial norte-americano, citando mais de 300 novas sanções contra “indivíduos, organizações, navios e aviões” em toda a Europa, Médio Oriente e Ásia.
Outros membros do G7, grupo formado pelo Reino Unido, França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Itália, também se preparam para “colocar em prática novas sanções e barreiras às exportações”, disse o responsável.
Logo de seguida, Londres divulgou novas medidas visando o setor de mineração da Rússia, incluindo o comércio de diamantes, que rende a Moscovo milhares de milhões de dólares todos os anos.
Por sua vez, a UE vai “limitar o comércio de diamantes russos” como parte das sanções contra Moscou na sequência da invasão da Ucrânia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na cimeira do bloco G7, no Japão. “Os diamantes russos não são para sempre”, disse, com ironia, Michel à imprensa em Hiroshima, confirmando uma medida da União Europeia que visa “desligar a Rússia dos seus financiadores”.
O presidente do Conselho Europeu garantiu que a UE está empenhada em “fechar a porta às lacunas legais” de que o Kremlin se está a aproveitar para “continuar a atiçar a chama da guerra na Ucrânia”.
O G7 deve trabalhar para interromper o abastecimento militar russo, fechar brechas nas sanções, reduzir ainda mais a sua dependência da energia russa, continuar a restringir o acesso de Moscovo ao sistema financeiro internacional e comprometer-se a congelar os ativos russos até o fim da guerra, assegurou o alto funcionário do governo de Joe Biden.
A Rússia exportou quase cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) em diamantes em 2021, de acordo com o Observatório de Complexidade Económica, um portal de dados de comércio internacional criado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Os líderes do G7 poderão apresentar os seus argumentos diretamente ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que foi convidado para a cimeira de Hiroshima juntamente com os líderes de outras grandes economias em desenvolvimento.
A Índia também mantém estreitos laços militares com a Rússia e nunca condenou a invasão de Moscovo à Ucrânia, que aconteceu em 24 de fevereiro de 2022.
A cimeira do G7 começa oficialmente esta tarde (manhã em Lisboa) após uma visita dos líderes ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima.
Os chefes de estado e de governo irão depositar coroas de flores em frente ao cenotáfio que comemora as cerca de 140 mil pessoas mortas pela bomba atómica americana de 6 de agosto de 1945.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá falar à cimeira por videoconferência durante o fim de semana.
Fonte: jn.pt