Na tarde desta quinta-feira, 18, o governador Wanderlei Barbosa entregou a Medalha de Honra ao Mérito aos policiais que trabalharam na Operação Canguçu. Além do governador do estado, participaram da cerimônia, secretários de estado, deputados federais, estaduais e o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.
Em coletiva com a imprensa, o comandante geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel Márcia Barbosa, destacou a importância dos reforços recebidos na operação, que contou com policiais dos estados de Goiás, Mato Grosso, Pará, Bahia e Minas Gerais. “Nós encerramos a primeira parte da Operação Canguçu após conferirmos que não há mais criminosos naquela área onde realizamos o cerco. Temos evidências de que a região está segura”, disse o Comandante.
O coronel Márcio Barbosa informou também que a segunda parte da Operação Canguçu consiste em manter equipes de policiamento nas cidades onde ocorreu o cerco contra os criminosos que atacaram Confresa, no Mato Grosso, que compreende a região dos municípios de Pium e Marianópolis, no oeste do Tocantins.
O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, parabenizou os policiais pela atuação e também os governos dos estados envolvidos na operação e frisou que “nós (Governo Federal) achamos que o enfrentamento à criminalidade no país precisa de ação articulada entre estados e governo federal; e essa atuação de forças entre os estados é algo inédito e , claro, de muito valor”.
Sobre a declaração do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, que, durante seu discurso na abertura da Agrotins 2023 dique que “a Operação Canguçu foi uma limpeza urbana”, o secretário Tadeu Alencar, em entrevista exclusiva ao portal Rede Jovem News, preferiu não se pronunciar. “Não vou comentar as declarações do presidente da Câmara. O governo federal defende o cumprimento da lei, o respeito aos direitos humanos, o uso progressivo da força e, claro, aumentando também a capacidade operacional das forças de segurança, porque ninguém pode enfrentar o crime organizado que usa armamento pesado com uma capacidade operacional que pode fragilizar as nossas forças de segurança”, frisou Alencar.
O soldado PM Garcia expressou o orgulho de todos os envolvidos em honrar o nome da PMTO. “Todos os militares estiveram empenhados em dar o seu melhor. Durante esses 40 dias, o diferencial para gente foi o apoio da população assim como dos órgãos públicos locais que nos auxiliaram de diversas formas. Nossa missão é defender e trazer a paz para aquela região”.
O governador Wanderlei Barbosa agradeceu a todas as autoridades, policiais e pessoas envolvidas na operação e destacou que o Governo do Tocantins não medirá esforços em defesa da segurança do povo tocantinense. “Nosso comando agiu de forma rápida e realizou com maestria o que seria necessário para defender a população. Com o auxílio de forças de outros estados, montamos uma equipe de policiais qualificados que defenderam a ordem e a lei no nosso Estado. Quero afirmar aos demais estados que podem contar com as forças do Tocantins e, assim, vamos inaugurar um novo tipo de trabalho na segurança pública, um modelo integrado para combater a criminalidade do nosso País. Quero falar a cada homem, a cada mulher que estiveram nessa operação, que é muito gratificante receber todos em paz e voltando para suas famílias”, declarou.
Operação Canguçu
A operação durou 38 dias e é considerada a maior já realizada no Brasil, com 350 om policiais militares dos estados do Tocantins, Pará, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais. A ação teve início após um pelotão da Polícia Militar do Tocantins, em treinamento na zona rural, flagrar suspeitos em canoas com motor de popa chegando ao município de Caseara pelo rio Javaés após fugirem da cidade de Confresa, no Mato Grosso, divisa com o Tocantins, onde realizaram explosões no quartel da PM daquele estado e na sede de uma empresa de transporte de valores. Os criminosos aterrorizaram moradores com tiros de rifles e metralhadoras pelas ruas da cidade. O crime aconteceu no dia 9 de abril deste ano.
O saldo da operação contabiliza 18 criminosos mortos nos confrontos com os policiais. Também foram combatidas 32 situações ilícitas durante bloqueios no perímetro da operação. No desfecho, foram apreendidas 24 armas de fogo, dentre elas, dois fuzis 50 e 11 AKs 47. Foram apreendidos carregadores de diversas armas de fogo, mais de 2 mil munições, coletes balísticos, capacetes balísticos, materiais explosivos, detonadores, coturnos, luvas, joelheiras, cotoveleiras, balaclavas e mochilas. (Com informações da Secom/TO. Fotos: Esequias Araújo e Antônio Gonçalves)