Análise: Eduardo Gomes dá aula de articulação política e demonstra larga experiência legislativa

O Senador aproveitou o momento e fez críticas propositivas à agenda legislativa do Governo Federal, deixando claro, mais uma vez, aos telespectadores e aos tocantinenses que entende mais do que o caminho e sabe, principalmente, por onde seguir.

Ainda sobre o Conversa com Bial, que foi ao ar na última quarta-feira, 10 de maio, o Senador tocantinense Eduardo Gomes (PL/TO) foi o protagonista da vez. Junto com o Deputado Federal e Líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT/PR), Gomes mostrou clareza, ao conceder entrevista ao Jornalista Pedro Bial.

Estacionado

O Senador aproveitou o momento e fez críticas propositivas à agenda legislativa do Governo Federal, deixando claro, mais uma vez, aos telespectadores e aos tocantinenses que entende mais do que o caminho e sabe, principalmente, por onde seguir. “Há uma discussão no Congresso Nacional sobre o aproveitamento deste ano, que chega ao quinto mês sem nenhuma providência objetiva com relação aos desafios do Governo”, argumentou.

Dificuldades

Além disso, Gomes deixou evidentes as dificuldades enfrentadas pelo Governo Lula: forte polarização política; Congresso mais conservador; cenário econômico não muito otimista, além de ceder mais do que deveria às pressões dos parlamentares das duas Casas.

“Nenhuma matéria relevante votada em cinco meses de mandato e nenhuma das reformas foi colocada no Congresso; pelo contrário, a sinalização negativa ao Marco do Saneamento é uma prova disso. Vou repetir: terceira via no Brasil é acostamento”, enfatizou Eduardo Gomes.

100 dias

Nos primeiros 100 dias, Bolsonaro assinou decretos com mudanças em áreas como Política Nacional de Drogas; Política Nacional de Alfabetização; Política Nacional de Turismo; combate à corrupção; mudanças na legislação ambiental; e autonomia do Banco Central – hoje amplamente questionada pelo Presidente Lula.

“O arcabouço precisa ser aprovado até agosto; dia 17 de julho teremos o recesso. O que o Governo precisa fazer é trabalhar. Estamos tendo dificuldade para fazer oposição, porque antes tem cinco ou seis elementos do próprio Governo atrapalhando a gestão. Não se ajusta. Existe uma paralisia geral. Parece que o Governo se assustou de ganhar a eleição e está tentando acertar o passo até agora”, ressaltou Eduardo Gomes.

Invasões de terra

Outro marco do início do Governo Bolsonaro foi a queda nas invasões de terra pelo País, tendo havido registro de apenas uma ocupação no primeiro trimestre de 2019. Atualmente, organizados principalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), o número cresceu: segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ocorreram 16 invasões em diversas regiões do Brasil no primeiro trimestre de 2023.

“As investigações que estão sendo feitas vão dar clareza ao momento político extremo”, comentou o senador tocantinense sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos do dia 8 de janeiro e emendou: “a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi invadida no mês passado, como uma série de propriedades no País”, alertou.

Jogo de cintura

Gomes ainda chamou a atenção quando o Jornalista Pedro Bial abordou o tema amizades do senador, conceituadas pelo entrevistador como “díspares”. “Vou começar aqui explorando esse ‘ecletismo’ do senador. Tem gente que fica intrigada com essa capacidade de ser amigo, ao mesmo tempo, de Caetano e de Bolsonaro. Numa festa de aniversário, o senhor os convidaria para uma mesma mesa?”, questionou Bial.

Eduardo Gomes respondeu sem titubear: “Eu acho que é só organizar: que um não governe e que o outro não cante. Já começa bem já”, disparou aos risos, acrescentando que durante a pandemia da Covid-19, momento em que foi Líder do Governo Bolsonaro no Senado Federal, foi possível ter um olhar importante para o entretenimento, os artistas e a cultura do Brasil.

“Conseguimos sair disso tudo com o maior orçamento que a cultura brasileira já teve, que é o de agora de 2023. Fui o primeiro relator da Lei Paulo Gustavo. Orgulho-me muito disso”, assegurou.

Visões distintas

Segundo o senador, apesar de existirem discussões e visões ideológicas distintas, é preciso ter um freio quando elas deixam de dar direito às pessoas. “Terceira via no Brasil é acostamento. É preciso acertar essa discussão com o que tem de bom na esquerda e o que tem de bom na centro-direita. Acredito que será assim nos próximos anos”, ressaltou.

Elogios

Em seguida, Bial questionou o Deputado Zeca Dirceu: “O senhor conhecia essas amizades ‘díspares’ do senador?”. “É assim que tem que ser para realizar uma boa política. Temos que colocar água fria nos ânimos. Eduardo é um amigo e que respeito muito, ele sabe disso”, destacou Zeca Dirceu. “Você tem amizades tão ‘díspares’ assim?”, emendou Bial.

“Como prefeito, a gente tem que se relacionar com todo mundo. A política para mim sempre foi feita dessa maneira, com quem pensa diferente de mim”, finalizou o deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados.

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