Sob pressão, Moscou e Kiev negociam futuro do acordo de cereais

Representantes da Rússia, Ucrânia, Nações Unidas (ONU) e Turquia reuniram se nesta quarta-feira em Istambul para negociar o futuro do acordo dos cereais no Mar Negro, após ameaças russas para não renovar o atual pacto, que termina a 18 de maio.

A Rússia advertiu diversas vezes que não irá renovar pela terceira vez o acordo caso os impedimentos à exportação de alimentos e fertilizantes russos não sejam resolvidos. Tal instabilidade fez com que o número de envios de grãos ucranianos diminuísse de forma significativa em abril, de acordo com o “The New York Times”. Uma nova ronda de negociações ocorre esta quarta e quinta-feira em Istambul, com a presença russa, ucraniana, turca e da ONU.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusaram Moscovo, esta terça-feira, de querer promover a fome. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, citado pela agência France-Presse, afirmou que a “ação cínica” da Rússia afetaria “seres humanos na África, no Médio Oriente e ao redor do Mundo”. Já o homólogo britânico, James Cleverly, condenou o que chama de uso da fome “para procurar vantagem durante o conflito”.

A Ucrânia garantiu que tem caminhos alternativos para exportar os cereais do país no caso do fim do acordo a 18 de maio. “Não vislumbramos nenhum cenário apocalíptico devido a um milhão de circunstâncias. Agricultores e comerciantes ucranianos mostraram que podem fazer muito, e muitas rotas (de exportação) podem ser estabelecidas”, disse o ministro da Agricultura de Kiev, Mykola Solsky, citado pela agência Reuters.

Uma das preocupações de Moscou é a entrada de armas na Ucrânia através de navios cargueiros que chegariam vazios aos portos. Sob demanda russa, as Nações Unidas informaram que retomaram as inspeções na terça-feira, após nenhuma embarcação ter sido examinada no domingo e na segunda.

O acordo de cereais no Mar Negro, iniciado em julho de 2022, já permitiu a exportação de quase 30 milhões de toneladas de grãos e alimentos oriundos da Ucrânia, revelou a ONU na segunda-feira. Cerca de 600 mil toneladas de cereais foram transportadas por embarcações do Programa Mundial de Alimentos para operações no Afeganistão, Etiópia, Quénia, Somália e Iémen.

Fonte: jn.pt

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