Os confrontos no Sudão continuaram esta terça-feira, apesar do cessar-fogo de 72 horas acordado entre as Forças Armadas e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, em inglês), no final de domingo. A esperança agora é numa trégua de sete dias, que começa a valer a partir de quinta-feira. A disputa pelo poder no país africano já fez mais de 430 mil pessoas deixarem as suas casas, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Numa conversa por telefone com o presidente do Sudão do Sul, os dois lados concordaram numa “trégua de sete dias entre 4 e 11 de maio”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros sul-sudanês. Além disso, tanto as Forças Armadas como as RSF aceitaram “nomear os seus representantes para negociações de paz a serem realizadas em qualquer local da sua escolha”, completou o representante de Juba.
Mortos e refugiados
O conflito persistiu esta terça-feira na capital Cartum, onde um morador, citado pela agência France-Presse, relatou barulhos de tiros, aviões de guerra e artilharia anti-aérea. O Ministério da Saúde sudanês confirmou, no sábado, que pelo menos 528 pessoas morreram e outras 4599 ficaram feridas.
O cenário de “total catástrofe”, como referiu na segunda-feira um representante das Nações Unidas, deixou mais de 430 mil pessoas deslocadas no Sudão, 100 mil destas a fugirem para países vizinhos, segundo o ACNUR. O alto comissário Filippo Grandi alertou que este último número pode chegar a mais de 800 mil, caso a “violência não pare”.
Fonte: jn.pt