Médicos alertam para risco de colapso do sistema de saúde no Sudão

Na sequência dos bombardeamentos que atingiram a capital do Sudão, Cartum, no passado dia 29, os médicos sudaneses alertam para o cenário catastrófico que se vive no país, cujo sistema de saúde está em colapso.

Escassez de água e corpos empilhados nas ruas são sinais para o possível colapso do sistema de saúde do Sudão.

Após o incumprimento do tempo estipulado pelos dois generais, Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Daglo, para o cessar-fogo, cidades sudanesas sofrem com a falta de bens básicos, como água, alimentos e combustível.

Médicos sudaneses relatam o terror que se vive no país, apontando para a quantidade de corpos empilhados nas ruas e para o corte do abastecimento de água em certas partes da capital, como é o caso de Bahri, relata o britânico “The Guardian”.

O chefe da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi, publicou na sua conta de Twitter que o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) está a preparar-se, com governos e parceiros, “para a possibilidade de que mais de 800 000 pessoas possam fugir dos combates no Sudão para os países vizinhos”.

Devido aos ataques sofridos no passado dia 29, a maioria dos hospitais foram fechados, restando apenas 16% ativos em funcionamento completo. “Nós simplesmente arriscamos e saímos para fazer este trabalho. Há pessoas a morrer todos os dias e precisam de nossa ajuda”, afirmou Houida El-Hassan, que reuniu uma equipa de médicos para reabrir uma instalação hospitalar em Cartum.

Alyona Synenko, porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha em África, alertou para o iminente colapso do sistema de saúde, “já que muitos hospitais e outros estabelecimentos de saúde fecharam as suas portas”, acrescentando ainda que os “profissionais de saúde não conseguem chegar ao local de trabalho, alguns fugiram devido à falta de água, eletricidade e suplementos médicos”.

Em apenas duas semanas de conflito já mais de 500 pessoas perderam a vida e a perda do sistema de saúde torna-se agora uma das maiores preocupações dos profissionais da área e dos dirigentes das organizações humanitárias.

Fonte: jn.pt

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