A Polônia e outros países da União Europeia que fazem fronteira com a Ucrânia adotaram interdições temporárias às exportações de cereais ucranianos, após protestos dos agricultores, que se queixam contra a descida dos preços dos produtos nacionais.
Os cereais ucranianos destinados aos países estrangeiros transitam para a União Europeia depois de o itinerário tradicional de exportação através do Mar Negro ter sido bloqueado pelas forças russas, após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
O trânsito através da Polônia de vários produtos alimentares, entre os quais açúcar, carne, frutos e legumes, foi autorizado a partir das 2 horas (00.00 horas em Portugal continental), após a entrada em vigor de um decreto governamental.
De acordo com a nova legislação, os exportadores ucranianos não podem vender os produtos durante o trânsito através do território polaco.
“Presumimos que o fluxo esteja bastante fraco, até ao momento não há sinais de formação de filas”, disse Bartosz Zbaraszczuk, chefe dos serviços alfandegários polacos, à rádio RMF24.
O primeiro carregamento a entrar hoje na Polônia era transportado em cinco caminhões.
A carga era composta por carne, ovos e trigo, com destino à Holanda.
A Polônia decretou sábado a interdição de entrada e venda direta no país de produtos alimentares ucranianos, principalmente cereais.
A decisão foi adotada sem consultar o Governo de Kiev e a Comissão Europeia, provocando críticas.
Após o início da invasão, os cereais ucranianos foram armazenados na Polônia, o que forçou a descida dos preços dos produtos locais, manifestações e a demissão do ministro polaco da Agricultura.
A Hungria, a Eslováquia e a Bulgária impuseram interdições semelhantes aos produtos ucranianos.
Na terça-feira passada, Kiev anunciou um acordo sobre autorizações de trânsito através da Polônia, sob controle, implicando o uso de meios eletrônicos e de localizadores (GPS) nos meios de transporte.
As autoridades alfandegárias vão também acompanhar os meios de transporte utilizados.
“Só vamos deixar os transportes saírem da nossa vista quando entrarem num porto (…) ou saírem da fronteira polaca”, disse Zbaraszczuk.
Fonte: jn.pt