Palmas é uma cidade formada por migrantes de diversas partes do Estado e do Brasil. Ao chegar aqui, eles se sentiam isolados e distantes das suas origens e das pessoas que eles amam de verdade, como parentes e amigos que deixaram em suas cidades de origem.
Para neutralizar esse sentimento de isolamento, eles foram se unindo uns aos outros e formando comunidades: igrejas, lojas maçônicas, associações e clubes recreativos e de serviços. Então, uma das práticas era ajudarem-se mutuamente, porque todos precisavam de tudo e de todos. Assim, nesse tipo de relacionamento, foi se criando um espírito de solidariedade, companheirismo e generosidade. Muitos migrantes dividiam o pouco que tinham para ajudar o próximo e, nos momentos difíceis e nas doenças, uns cuidavam dos outros.
No início de Palmas, a convivência entre os pioneiros era assim, solidária. Mas o espírito de generosidade não morreu, ainda está vivo entre os palmenses, mesmo hoje que Palmas se tornou uma metrópole com quase 350 mil pessoas.
Esta cultura do amor ao próximo e da generosidade não se resume apenas às pessoas, à população. O poder público, tanto do Governo Estadual como da Prefeitura de Palmas, se uniu para ajudar as pessoas, dentro das limitações legais, levando os benefícios diretamente à base da pirâmide social; foram diversos programas, dos quais dois se destacaram e entraram para a história de Palmas: o “Pioneiros Mirins” e o “Amigos do Meio Ambiente”, que ajudaram crianças, adolescentes e jovens na educação moral, social, ambiental e na inclusão social. Além desses dois programas, muitos outros vieram. Dentre eles:
- Distribuição de cestas básicas para famílias em estado de vulnerabilidade social e de extrema pobreza;
- Força-tarefa de trabalho, como, por exemplo, o programa social da Prefeitura, que ficou chamado de “Orelha Seca”, nos anos 1993 a 1996;
- Distribuição de leite, executado pela Fundação Pró Divino, que era uma parceria do Estado com o Governo Federal;
- Distribuição de moradias populares para famílias de baixa renda; e
- Ônibus gratuitos aos domingos e feriados.
Muitos políticos, sensibilizados com as necessidades da população, tiravam do próprio salário para comprar cestas básicas e distribuir para as pessoas que estavam precisando nas periferias da cidade.
O espírito de solidariedade e acolhimento permanece no palmense até os dias de hoje. Na pandemia de Covid-19, por exemplo, só uma igreja evangélica de Palmas distribuiu mais de seis mil cestas básicas de alimentos.
Foram realizadas muitas partidas de futebol solidárias, com jogadores profissionais, para arrecadar alimentos. Lojas maçônicas, Lions Clube, Rotary Club, igrejas católicas e evangélicas, clubes de futebol e muitas outras instituições fizeram e fazem campanhas de arrecadação e distribuição de cestas básicas, considerando as pessoas que mais necessitam.
Mas o espírito de solidariedade e generosidade do povo de Palmas não se reduz a apenas instituições e organismos da sociedade organizada. Milhares de pessoas ajudam, financeiramente, aquelas pessoas que estão doentes, desempregadas e com os mais diversos tipos de problemas.
Pessoas em tratamento oncológico recebem ajuda, orientação e encaminhamento para diversos lugares do Brasil, onde haja tratamentos especiais e avançados, como em Barretos. O trabalho da Liga Feminina de Combate ao Câncer e do Hospital do Amor – filial do Hospital do Câncer de Barretos – é uma referência em tratamento e combate a todos os tipos de câncer, na Região Norte do Brasil. Além disso, Palmas recebe pessoas de todas as cidades do Estado e de diversos estados da Região Norte do Brasil para tratamento de saúde; aqui, elas são bem recebidas, tratadas e cuidadas.
Mutirões de serviços sociais são, periodicamente, realizados por instituições, nas periferias da cidade, com atendimentos e serviços, como cortes de cabelo, tratamento de pele, maquiagem, manicure e pedicure, consultas médicas e odontológicas, aferição de pressão, teste de diabetes, palestras, casamentos comunitários e até assistência jurídica gratuita.
Além dos títulos “Capital Ecológica do Brasil”, “Capital de Iniciativa Privada”, “Capital da Fé”, Palmas também pode ostentar, nacionalmente, o título “Capital do Amor”.
Fotos: Flávio Clark