Volker Perthers condenou os ataques contra membros da ONU e estruturas humanitárias no Sudão, na sequência da morte dos três elementos após os ataques sofridos sábado, no norte do país, e reiterou os apelos ao cessar-fogo nos violentos confrontos entre soldados do regime militar no poder e membros do grupo rebelde paramilitar apelidado “Forças de Apoio Rápido”.
O PAM suspendeu, entretanto, as operações no Sudão
Numa publicação na rede social Facebook, o comitê refere ainda a morte de “dezenas” de elementos entre as forças de segurança, sem precisar um número, e pelo menos 595 feridos por todo o país, incluindo alguns em estado grave.
A maior parte das vítimas foram registradas na capital, Cartum.
O Sudão é palco, neste fim de semana, de uma violenta ofensiva pelo poder do referido grupo paramilitar rebelde, formado por elementos da milícia árabe Janjawid e já denunciado por crimes contra a Humanidade pela Human Rights Watch, durante a guerra do Darfur.
As milícias anunciaram ter o controle da residência presidencial, do aeroporto de Cartum e de outras infraestruturas-chave. Os militares garantiam ter a residência presidencial segura, mas confirmam a destruição de alguns aviões civis no aeroporto pelas milícias, incluindo uma aeronave das linhas aéreas sauditas.
Esta é uma luta pelo poder no Sudão, que ameaça desestabilizar toda a região.
As Nações Unidas, a União Europeia, a União Africana, a Liga Árabe e mesmo os Estados Unidos e a Rússia já apelaram para um cessar-fogo.
A Liga Árabe reuniu-se de urgência neste domingo de manhã para avaliar a situação, a pedido do Egito e da Arábia Saudita, dois apoiadores da atual liderança militar do Sudão.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, mostrou-se chocado e condenou o combate entre irmãos sudaneses em pleno mês sagrado do Ramadão e garantiu que o organismo “está pronto a intervir junto de ambas as partes” para ajudar a “parar o derramamento de sangue imediatamente”.
Fonte: jn.pt