No limiar dos 34 anos de fundação, a história de Palmas registra momentos inusitados no comércio, com capítulos que marcaram a vida do consumidor palmense.
Há muitas histórias sobre acontecimentos dos primeiros anos ou, talvez, das duas primeiras décadas de Palmas, em que havia uma política de relacionamento entre o consumidor e as lojas, os comércios locais. Muitos clientes reclamavam do atendimento por parte de lojistas, vendedores, balconistas e comerciários em geral. Alguns até entendiam o tratamento recebido como um “leve se quiser; se não quiser, procure outra loja”.
Com o passar do tempo, começou a surgir aquela famosa frase: “Posso ajudá-lo?”. Apesar de cordial, muitos clientes não gostam desta frase; isto porque eles entendem que, para gastar o seu próprio dinheiro, não precisam de ajuda de ninguém, pois foram a um comércio não para pedir ajuda, mas para comprar algo que venha a satisfazer a sua necessidade naquele momento. No entanto, essa famosa frase se perpetuou no comércio: “Posso ajudar”?
Muitos clientes consultados nesta reportagem disseram que gostariam de ouvir outras frases ao serem abordados ou recepcionados nos estabelecimentos comerciais. Ouvimos uma imensa variedade de sugestões. Dentre elas:
- Bom dia, seja bem-vindo!
- O que o senhor está precisando hoje?
- Olá, tudo bem? Hoje temos muitas ofertas, promoções exclusivas e boas variedades. O que o senhor procura?
- Que bom vê-la aqui, a senhora é muito bem-vinda!
- Bom dia, estou à sua disposição para atendê-la.
Assim, há um milhão de formas para recepcionar ou abordar um cliente, sem demonstrar querer ajudá-lo a gastar o seu dinheiro. É exatamente por deixar o cliente à vontade para fazer as suas escolhas sozinho que, ao longo do século passado, as vendas e mercearias se transformaram, primeiro, em peg pags e, depois, em supermercados e hipermercados.
O cliente, normalmente, não gosta de ser incomodado na hora de fazer as suas compras, e os vendedores estão ali para dar informações e suporte, o que é bem diferente de ajudar.
Mas hoje, com o trabalho intenso e especializado de instituições como Sebrae, Sesc, IFTO, escolas e muitas faculdades, que investiram em cursos de qualidade no atendimento e atenção ao cliente, as relações entre consumidor e estabelecimentos comerciais em Palmas melhoraram consideravelmente.
Foto: Flávio Clark