“Devo dizer abertamente que me pergunto por que razão a posição chinesa não incluiu até agora um pedido ao agressor russo para parar a guerra”, disse Annalena Baerbock em Pequim, numa conferência de imprensa ao lado do homólogo chinês, Qin Gang. A chefe da diplomacia alemã sublinhou que “nenhum outro país tem mais influência na Rússia do que a China”.
Annalena Baerbock afirmou ainda que “uma escalada militar no estreito de Taiwan, através da qual 50% do comércio mundial passa todos os dias, seria um cenário de catástrofe para o mundo inteiro”.
Pequim considera Taiwan como uma das suas províncias e encara os contactos internacionais de Taiwan como iniciativas no sentido da independência formal da ilha, cuja soberania é reclamada desde a vitória dos comunistas na Guerra Civil chinesa que terminou em 1949.
As forças nacionalistas, lideradas por Chiang Kai-shek (1887-1975), refugiadas na ilha estabeleceram na Formosa a República da China provocando tensões que se prolongam desde o final da Guerra Civil, visto que Pequim pretende a reunificação do território mesmo que seja “preciso utilizar a força”.
A ministra denunciou ainda a restrição de direitos humanos na China. “Expliquei ao meu homólogo, nas nossas conversações bilaterais, que estamos preocupados com o facto de o âmbito da sociedade civil na China continuar a diminuir e que os direitos humanos estão a ser restringidos”, disse aos jornalistas em Pequim, referindo-se à situação da comunidade uigure em Xinjiang.
Fonte: jn.pt