Moscow ainda não autorizou visita consular a jornalista dos EUA detido

A diplomacia russa admitiu, esta quarta-feira, que ainda não autorizou um representante do consulado norte-americano a visitar na prisão o jornalista Evan Gershkovich, detido na Rússia e acusado de ser um espião.

“Estamos a analisar a questão”, respondeu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergueï Riabkov, às agências russas que lhe perguntaram se o jornalista pode receber a visita de um representante da sua embaixada, quase duas semanas após a detenção.

Sobre a decisão de Washington de considerar o caso de Evan Gershkovich uma “detenção arbitrária”, o que lhe permite entregar o assunto ao emissário especial norte-americano para os reféns, Sergueï Riabkov disse que a Rússia não aceita “qualquer tentativa de pressão”

“Não tem qualquer importância para nós o estatuto que Washington lhe deu”, afirmou. “Agiremos de acordo com nossos imperativos internos, as nossas normas, as nossas leis”, acrescentou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse igualmente, em comunicado, que “o estatuto que foi atribuído [à detenção] pelas autoridades norte-americanas não tem importância”.

Os serviços de segurança russos anunciaram no dia 30 de março a detenção do correspondente em Moscovo do “Wall Street Journal” e antigo jornalista da agência AFP, quando estava em reportagem em Yekaterinburg, nos Urais. A Rússia acusou-o de espionagem e o processo é considerado secreto.

Evan Gershkovich, o “Wall Street Journal” e as autoridades norte-americanas rejeitam as acusações russas.

Fonte: jn.pt
Foto: Dimitar DILKOFF / AFP

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