Numa conferência de imprensa após um encontro com os presidentes da China e França, Xi Jinping e Emmanuel Macron, respectivamente, Von der Leyen frisou que a base de uma solução política para o conflito na Ucrânia tem que incluir o “apoio à soberania e à integridade territorial” do país.
“É a pedra angular”, afirmou, enaltecendo “alguns dos pontos defendidos pela China, como a oposição à utilização de armas nucleares”.
“Contamos que a China não vai fornecer armamento à Rússia, porque isso seria uma clara violação do direito internacional”, disse Von der Leyen.
A líder da Comissão Europeia revelou que Xi reiterou a sua disposição de conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “quando houver condições e no momento certo”.
“Esta visita à China ocorre num momento particularmente complexo por causa da agressão da Rússia. A posição da China, enquanto membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é crucial”, realçou . “Esperamos que a China promova a paz, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, que é a pedra angular”, disse.
A China divulgou recentemente uma proposta a pedir “uma solução política” para a guerra em curso na Ucrânia. O plano chinês, composto por 12 pontos, foi criticado pelo Ocidente por colocar “o agressor e a vítima” ao mesmo nível.
O líder chinês viajou para Moscovo no final de março para encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, e apresentar as suas propostas para a paz. A Rússia enalteceu a disponibilidade da China para desempenhar o que considera ser um papel positivo na procura de uma solução para “a crise ucraniana”.
No seu documento, a China, que se opõe às sanções contra Moscovo, defende o respeito pela integridade territorial dos países, incluindo a Ucrânia, e as “preocupações legítimas de segurança de todas as partes”, referindo-se à Rússia.
Também houve especulações nas últimas semanas sobre a possibilidade de um telefonema entre Xi Jinping e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o que ainda não ocorreu.
Ursula von der Leyen disse ainda que, durante a reunião trilateral foi abordada a questão de Taiwan, território reivindicado por Pequim, apesar de operar como uma entidade política soberana.
“Todos concordamos que a estabilidade no Estreito de Taiwan é de vital importância. Qualquer mudança unilateral e forçada no atual status quo é inaceitável”, disse.
Von der Leyen apontou ainda que uma “dissociação” entre Bruxelas e Pequim “não é uma estratégia para a UE”, dado que as relações são “amplas e complexas”, embora tenha garantido ver “riscos que têm de ser mitigados”.
“Temos de manter a comunicação, mas também lidar com certos desequilíbrios. O défice comercial da UE com a China triplicou, o que não é sustentável. Há políticas que impedem o acesso dos nossos produtos ao mercado chinês, além de outros problemas, como transferência forçada de tecnologia ou exigências excessivas de dados”, disse.
Von der Leyen apelou à China para resolver estes problemas “através do diálogo e da diplomacia”, incluindo com mecanismos como o Diálogo de Alto Nível UE-China sobre Economia e Comércio.
Fonte: jn.pt
Foto: LUDOVIC MARIN / POOL / AFP