Jornalista americano é detido na Rússia e acusado de espionagem

Um jornalista americano do "The Wall Street Journal" foi detido na Rússia e acusado de espionagem. Foi "apanhado em flagrante", sublinha o Kremlin.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) anunciou, em comunicado, que “frustrou as atividades ilegais do cidadão americano Evan Gershkovich (…) correspondente em Moscou do jornal americano The Wall Street Journal”.

O jornalista “é suspeito de espionar para o governo americano” e de recolher informações “sobre uma empresa do complexo militar-industrial russo”.

“O estrangeiro foi detido em Yekaterinburg enquanto tentava obter informações classificadas”, adianta o FSB, referindo-se a uma cidade no centro da Rússia a 1.800 quilômetros a leste de Moscou.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sublinhou que o jornalista do “The Wall Street Journal” foi “apanhado em flagrante”. “Infelizmente, esta não é a primeira vez que o estatuto de correspondente estrangeiro, visto de imprensa e acreditação, é utilizado por estrangeiros no nosso país para encobrir atividades que não sejam jornalismo. Esta não é a primeira vez que um ocidental bem conhecido é apanhado”, frisou.

A detenção por espionagem de um jornalista estrangeiro é algo sem precedentes na história recente da Rússia.

O Kremlin já avisou Washington sobre medidas de retaliação contra os meios de comunicação russos. “Esperamos que isso não aconteça e não deve acontecer”, disse o porta-voz Dmitry Peskov, referindo-se a quaisquer possíveis medidas contra os meios de comunicação russos nos Estados Unidos, acrescentando que o repórter detido tinha sido “apanhado em flagrante”.

“O The Wall Street Journal está profundamente preocupado com a segurança” de Evan Gershkovich e numa declaração, nesta quinta-feira, negou com veemência as acusações contra o repórter e pediu a sua “libertação imediata”.

Antes de começar a trabalhar para o “The Wall Street Journal” em 2022, Evan Gershkovich era correspondente da agência de notícias francesa AFP em Moscou e também trabalhou para o jornal de língua inglesa “Moscow Times”.

De origem russa, o jornalista, de 31 anos, fala russo com fluência e os seus pais vivem nos Estados Unidos.

O crime de espionagem pode ser punido com pena de 10 a 20 anos de prisão, segundo o artigo 276 do código penal russo.

Fonte: jn.pt

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