Durante o mês da mulher, uma técnica auxiliar de regulação médica do SAMU de Araguaína recebeu uma ligação inesperada de uma mulher que, aparentemente, estaria pedindo pizza.
A atendente, percebendo que a voz da mulher estava baixa, desconfiou que ela precisasse de ajuda. Depois de obter o endereço e um ponto de referência, a atendente acionou a Polícia Militar, que encontrou a mulher com várias marcas de agressão e prendeu seu companheiro em flagrante, por violência doméstica.
Essa situação inusitada será incorporada aos treinamentos do SAMU, para ajudar a equipe a lidar com chamados semelhantes, que podem se tornar cada vez mais comuns no país.
Para denunciar casos de violência contra a mulher, existem gestos simples e discretos, como abrir a palma da mão e esconder o polegar, ou fazer um sinal vermelho na palma da mão, como parte da Campanha Sinal Vermelho, criada pelo CNJ e pela AMB. As vítimas também podem entrar em contato com a Polícia Militar, a Guarda Municipal, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher ou a Central de Atendimento à Mulher.
Os números de violência contra a mulher no Brasil continuam alarmantes. Segundo a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” do FBSP, em 2022, 18,6 milhões mulheres foram vítimas de algum tipo de violência. Quando essas agressões se tornam feminicídios, os números também são preocupantes, com pelo menos 1.410 mulheres mortas por causa do seu gênero no ano passado, de acordo com o Monitor da Violência. Em oito de cada dez casos de feminicídios, o autor é o companheiro ou ex-companheiro da vítima, como indicam dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Fotos: Marcos Filho Sandes/Secom
