“Tratou-se de um movimento de protesto. Supomos que souberam que iam ser expulsos, deportados, e que, em protesto, colocaram colchões na porta da recepção do centro e atearam-lhes fogo”, explicou o presidente mexicano, Andrés Lopez Obrador, durante uma conferência de imprensa.
Como resultado deste incidente, ocorrido na segunda-feira, dos 68 migrantes que se encontravam no local, 39 morreram e 29 ficaram feridos, segundo o Instituto Nacional de Imigração.
As tensões entre as autoridades e os emigrantes aumentaram nas últimas semanas em Ciudad Juarez, onde os abrigos estão repletos de pessoas à espera de uma oportunidade para passar a fronteira para os Estados Unidos.
Dirigentes de mais de 30 abrigos para migrantes e outras organizações de defesa de direitos cívicos publicaram uma carta aberta, a 9 de março, queixando-se da forma como os imigrantes ilegais estão a ser tratados na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Contudo, a agência nacional de imigração já disse, esta terça-feira, que rejeita qualquer responsabilidade na tragédia que provocou as 39 mortes.
Nos últimos anos – à medida que o México intensificou os esforços para conter o fluxo migratório para a fronteira dos EUA, sob pressão do governo norte-americano – a agência de migração mexicana tem procurado encontrar soluções para a falta de condições nos centros de detenção.
Em outubro passado, migrantes venezuelanos revoltaram-se num centro de imigração em Tijuana, num episódio que teve de ser controlado pela intervenção policial e das tropas da Guarda Nacional.
Um mês depois, dezenas de migrantes revoltaram-se no maior centro de detenção do México, na cidade de Tapachula, no sul, perto da fronteira com a Guatemala.
Contudo, nestes dois casos no final do ano passado, não houve vítimas mortais.
Fonte: jn.pt